O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) vai instaurar, nesta segunda-feira (18), um Procedimento Criminal para investigar a morte de um homem na Vila Barraginha, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, pela Polícia Militar, durante uma operação no aglomerado.
De acordo com a assessoria do órgão o processo será aberto pela 11ª Promotoria de Contagem, com atribuição na Defesa dos Direitos Humanos e Controle Externo da Atividade Policial. A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foi quem pediu a abertura do procedimento para o MPMG.
Em nota, o MPMG explicou que, em um primeiro momento, foi instaurada uma Notícia de Fato, que é uma investigação preliminar relativa ao caso. "Foi solicitado o prontuário de atendimento do Hospital Municipal de Contagem e será realizada a oitiva da irmã da vítima para esclarecimentos", diz o órgão. Na sequência, será instaurado o Procedimento Investigatório Criminal (PIC), que vai ser conduzido de forma conjunta pelas Promotorias de Justiça de Controle Externo da Atividade Policial e da Vara do Tribunal do Júri de Contagem.
No último sábado, um policial militar matou com três tiros um homem, de 29 anos, conhecido como Marquinhos, que a polícia diz ser o chefe do tráfico de drogas na Vila Barraginha. Em um vídeo que circula nas redes sociais é possível ver o momento em que o homem de 29 anos é morto atrás de uma kombi e que moradores gritam que ele "não teria feito nada".
Conforme a comissão da OAB, a morte neste sábado foi a terceira execução feita por policiais em duas semanas. Na nota, a Comissão de Direitos Humanos afirma que relatos de moradores indicam que Marquinho e os outros dois mortos não aceitaram valores de “suposta corrupção cobradas e devidas aos policiais”. “Fatos estes que por si constituem-se como gravíssimos e que exigimos que sejam investigados rigorosamente”, diz o comunicado enviado à imprensa.
Na versão da Polícia Militar, o homem tentou tomar a arma de um dos policiais e dar dar um tapa no rosto dele. Além disso, ele teria desobecido várias ordens dos militares. O militar que disparou foi detido no batalhão e teve a arma apreendida. A porta-voz da PM, major Layla Brunella, disse em entrevista de imprensa neste domingo que não foi verificado “qualquer tipo de excesso ou exagero na abordagem”. (Matéria atualizada às 15h15)