Depois de várias promessas não cumpridas, o governo federal anunciou nesta quinta que disponibilizou uma verba de R$ 1,75 bilhão para a expansão do metrô de Belo Horizonte. Segundo o secretário nacional de Transportes e da Mobilidade Urbana, Dario Raiz, os projetos para as três linhas já estariam prontos, e a liberação do recurso, via empréstimo, dependeria apenas da definição de prioridades e da divisão de responsabilidades entre Estado e município. Os recursos viriam do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Os projetos para as três linhas estariam em etapa de análise por técnicos da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que promete devolver os documentos à Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop) nos próximos dias para que seja feita definição de responsabilidades durante as obras. A promessa do Estado é lançar licitação para as intervenções até o fim do ano, mas ainda não há data para início das obras.
“Estamos discutindo essa equação financeira entre União, Estado e município e neste semestre vamos apresentar a conclusão para a sociedade, em audiência pública (sem data definida)”, explicou o secretário Dario Raiz, em visita a Belo Horizonte, durante o 62º Fórum Mineiro de Gerenciadores de Transporte e Trânsito. Raiz garantiu que o ajuste fiscal do governo federal não irá resultar em corte do recurso.
Mão na massa. Estado e União não informaram o custo de cada linha, mas dados extraoficiais dão conta de que apenas a 3 (Savassi/Lagoinha) demandaria recursos da ordem de R$ 2 bilhões, mais que a verba disponibilizada agora pelo Ministério das Cidades. Segundo Dario Raiz, a prioridade deve ser a Linha 1 (Eldorado/Vilarinho).
“Vamos trabalhar primeiramente a modernização da Linha 1. Temos que definir é se as linhas 2 e 3 ficarão para um segundo instante ou se serão trabalhadas simultaneamente com a Linha 1. Os projetos de engenharia das três linhas já temos, mas os valores dos investimentos ainda não estão fechados”.
Novos trens ainda sem software
Superintendente regional da CBTU, José Dória garantiu nesta quinta que os projetos para as três linhas do metrô estão prontos. Dória conta ainda com a entrada em circulação de dez trens adquiridos para aumentar a capacidade de passageiros em 50%. Cinco trens já chegaram, mas eles não irão reduzir o intervalo entre as viagens enquanto a companhia não investir na modernização do sistema de sinalização, já obsoleto. Não há previsão para que isso aconteça.
Histórico do trem de Belo Horizonte
Anúncio. Em visita a BH em 2012, Dilma Rousseff anuncia R$ 3,1 6 bilhões para o metrô. Do total,
R$ 1 bilhão seriam repasse direto da União, R$ 750 milhões viriam via financiamento, e o restante seria dividido entre Estado, iniciativa privada e prefeitura.
Expansão. Em 2013, Dilma voltou a anunciar verba para o metrô. Dessa vez, seriam R$ 2 bilhões para expandir a Linha 3, que então contemplaria o Belvedere e a área hospitalar.
Travado. O metrô de BH foi uma das obras afetadas pelo ajuste fiscal, anunciado na semana passada. O corte seria de R$ 43 milhões,por meio de emendas parlamentares. O ministério garante, no entanto, que o R$ 1,75 bi está garantido.
Sem resposta
Governo federal e Estado não responderam a algumas perguntas da reportagem. Veja:
Quais mudanças foram feitas durante a fase de revisão dos projetos pela CBTU?
Qual o custo estimado para a construção de cada linha?
Qual a previsão de lançamento do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) para a parceria público-privada do metrô?
Quando as obras começam e qual o prazo para a conclusão?