Barragem

Moradores de Macacos só querem voltar para casa após laudo

Os residentes no distrito foram evacuados às pressas de suas casas no dia 16 de fevereiro por causa da instabilidade da barragem B3/B4

Por ALINE DINIZ
Publicado em 12 de março de 2019 | 20:11
 
 
 
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Moradores de São Sebastião das Águas Claras, distrito de Macacos, se reuniram na tarde desta terça-feira (12) com representantes da Vale e do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG).

No dia 16 de fevereiro, dezenas de residentes do distrito precisaram deixar suas casas por causa da instabilidade da barragem B3/B4 da Mina Mar Azul. Entre as reivindicações está a apresentação de um laudo de segurança da barragem para que as pessoas que moram perto, mas não em cima da mancha de lama possam voltar para suas residências. 

A partir do dia 17 de março, a Vale vai disponibilizar casas de aluguel para famílias que têm propriedades pelo caminho onde a lama passaria em caso de ruptura. O ponto de discordância está no destino das pessoas que estão em pousadas e hotéis, mas que a casa não está exatamente no trecho que seria atingido pelo rejeito de minério.

A promotora de Meio Ambiente Cláudia de Oliveira Ignez defende que todos as pessoas que foram retiradas de casa permaneçam em hotéis e pousadas até que a empresa apresente o laudo que ateste a segurança da estrutura. "Por segurança, essas pessoas não devem voltar para casa", disse à reportagem. 

O vice-presidente da associação de moradores de Macacos, o músico José Paulo Ribeiro, de 51 anos, informou que a Vale trouxe poucas respostas durante a reunião. "A Vale quer que as pessoas saiam dos hotéis dia 17, mas nós não tivemos uma auditoria independente. A gente não teve uma forma concreta que atestasse que poderíamos voltar", explicou Ribeiro. O representante dos moradores informou que casas alugadas serão disponibilizadas só para quem mora em áreas de risco. "Quem não mora em área de risco é tchau e benção. Volta para casa e seja o que Deus quiser. Agora, como vamos confiar que a área da mancha é só aquela", questionou. 

Outro lado

A Vale informou, por meio de nota, que está em interlocução com moradores e órgãos competentes. A empresa ressaltou ainda que entre as ações tomadas, já foram apresentados os Planos de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBMs) das estruturas da região, incluindo o detalhamento da ZAS da barragem B3/B4 e da barragem Capão da Serra, além das rotas de fuga, pontos de encontro e sinalização disponível.

No dia 28 de fevereiro, foi definido entre a Vale, o Ministério Público e a comunidade o prazo de 3 meses para o esvaziamento de 2 barragens de água: Capão da Serra e Taquara. Essas duas estruturas não estão em nível 2 de alerta de emergência, conforme os PAEBMs.

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