Moradores de São Sebastião das Águas Claras, distrito de Macacos, se reuniram na tarde desta terça-feira (12) com representantes da Vale e do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG).
No dia 16 de fevereiro, dezenas de residentes do distrito precisaram deixar suas casas por causa da instabilidade da barragem B3/B4 da Mina Mar Azul. Entre as reivindicações está a apresentação de um laudo de segurança da barragem para que as pessoas que moram perto, mas não em cima da mancha de lama possam voltar para suas residências.
A partir do dia 17 de março, a Vale vai disponibilizar casas de aluguel para famílias que têm propriedades pelo caminho onde a lama passaria em caso de ruptura. O ponto de discordância está no destino das pessoas que estão em pousadas e hotéis, mas que a casa não está exatamente no trecho que seria atingido pelo rejeito de minério.
A promotora de Meio Ambiente Cláudia de Oliveira Ignez defende que todos as pessoas que foram retiradas de casa permaneçam em hotéis e pousadas até que a empresa apresente o laudo que ateste a segurança da estrutura. "Por segurança, essas pessoas não devem voltar para casa", disse à reportagem.
O vice-presidente da associação de moradores de Macacos, o músico José Paulo Ribeiro, de 51 anos, informou que a Vale trouxe poucas respostas durante a reunião. "A Vale quer que as pessoas saiam dos hotéis dia 17, mas nós não tivemos uma auditoria independente. A gente não teve uma forma concreta que atestasse que poderíamos voltar", explicou Ribeiro. O representante dos moradores informou que casas alugadas serão disponibilizadas só para quem mora em áreas de risco. "Quem não mora em área de risco é tchau e benção. Volta para casa e seja o que Deus quiser. Agora, como vamos confiar que a área da mancha é só aquela", questionou.
Outro lado
A Vale informou, por meio de nota, que está em interlocução com moradores e órgãos competentes. A empresa ressaltou ainda que entre as ações tomadas, já foram apresentados os Planos de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBMs) das estruturas da região, incluindo o detalhamento da ZAS da barragem B3/B4 e da barragem Capão da Serra, além das rotas de fuga, pontos de encontro e sinalização disponível.
No dia 28 de fevereiro, foi definido entre a Vale, o Ministério Público e a comunidade o prazo de 3 meses para o esvaziamento de 2 barragens de água: Capão da Serra e Taquara. Essas duas estruturas não estão em nível 2 de alerta de emergência, conforme os PAEBMs.