Cerca de 30 moradores indignados com a queda de avião no bairro Caiçara, na região noroeste de Belo Horizonte, se reuniram na tarde desta segunda-feira (21) em uma praça do bairro para cobrar providências ao poder público sobre o funcionamento do aeroporto Carlos Prates.
"Estamos fazendo um abaixo-assinado virtual para pedir ao Ministério Público Federal o fechamento do aeroporto", afirmou a moradora Carolina Quelot, que está à frente do movimento.
A professora Duda Salabert, que também reside nas proximidades, participou da reunião. "É o segundo acidente na mesma região. Temos pessoas idosas, crianças, acamados que são obrigados a conviver com essa situação: aviões colocando em risco suas casas e vidas", disse.
Ato solidário
Ficou decidido também um culto ecumênico em homenagem às vítimas da tragédia. "Não decidimos a data, nem local, mas queremos prestar uma homenagem a eles. Vamos mobilizar os moradores dos bairros vizinhos para participar desse movimento", afirmou a moradora Ângela Peralva.
Sem projeto
Apesar do pleito, o prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) afirmou, nesta segunda-feira (21), que a prefeitura não avalia qualquer ação para desativar ou implementar projeto alternativo para o aeroporto do Carlos Prates, na região Noroeste da capital, que é responsabilidade da Infraero.
"Por agora, nada (a fazer). Temos que esperar e ver o que aconteceu. Avião cai em qualquer lugar, pode cair na Pampulha, no Jaraguá, em Lagoa Santa. Se for assim, temos que fechar o Anel Rodoviário, que matou mais de 40 pessoas. Temos que ver se não é um caso de irresponsabilidade", afirmou o prefeito ao jornal O TEMPO.
Em abril, Kalil já javia afirmado que é comum esse tipo de aeroporto em outras cidades do Brasil. Na época, um avião caiu na mesma rua no bairro Carlos Prates. Na ocasião, o piloto Francisco Fabiano Gontijo morreu carbonizado. A aeronave pegou fogo e bateu no portão de uma casa. De acordo com Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), o avião também havia decolado do aeroporto Carlos Prates.
“O prefeito é culpado de muita coisa, mas de avião cair, não. Então vamos rezar pra avião não cair, porque todo lugar que tem aeroporto, tem o risco de avião cair. Foi um acidente aéreo e nós não temos nenhum projeto. O que tinha era para construir prédio, para ajudar a construtora lá. Eu enterrei. Vamos culpar o prefeito do que ele tem culpa. De avião cair, ainda não. Você já imaginou Congonhas. Santos Dumont? Então gente, não vamos inventar a roda em Belo Horizonte. Se em Congonhas pode, se no Aterro do Flamengo pode, vamos parar com essa ideia de que não pode nada”, disse o prefeito na época.