Para que o marido não a procurasse mais, uma mulher, de 28 anos, grávida de duas gêmeas de 7 meses, forjou que havia sido sequestrada, de dentro do hospital Odilon Behrens, no bairro São Cristóvão, na região Noroeste de Belo Horizonte, por volta das 9h desta sexta-feira (28). Seis horas depois, a vítima, que passou a ser suspeita, foi encontrada hospedada em um hotel na rua Guarani, no centro da cidade, e levada para uma delegacia, onde admitiu ter inventado o crime.
A suspeita mora com o companheiro no bairro Maria Helena, na região de Venda Nova. Natural do Ceará, onde tem mais dois filhos, veio para Belo Horizonte há um ano e nove meses, quando conheceu o pai das gêmeas, que é caminhoneiro. “Tudo leva a crer que o pai não sabia que o sequestro era forjado. Ele foi o alvo do pedido de resgate, foi ele quem acionou a polícia e ainda se mostrou surpreso quando soube que tudo foi inventado”, contou o delegado Thiago Machado, que acompanha o caso.
Segundo o delegado, a mulher foi ao hospital com o companheiro e uma prima dele fazer uma cesariana. Chegando lá, ela se separou deles, pegou um táxi e foi para um hotel, onde se hospedou com um nome falso. Minutos depois, ela ligou para o companheiro. “Por telefone, ela se passou por sequestradores e disse que, se o marido não pagasse R$ 10 mil, ela seria cortada em pedaços ou forçada a fazer um aborto”, afirmou Machado.
Chorou
Na delegacia, a mulher chorou muito e disse que fingiu o sequestro porque “do nada deu uma vontade de sumir do mundo”. O delegado explicou que ainda é preciso entender o que motivou o sequestro para saber a qual crime ela responderá. “Pode ter sido para praticar aborto, para venda das crianças, para extorquir o marido, ou simplesmente um surto devido ao nervosismo da gravidez”, explicou Machado. Após ser ouvida, ela foi liberada.