Mulheres protestam contra assédio no Mercado Novo: 'Não estamos no cardápio'

Um grupo de mulheres realizou um protesto contra o assédio no Mercado Novo, no Centro de Belo Horizonte, na noite deste sábado (25). O grupo, que reuniu trabalhadoras de estabelecimentos e frequentadoras do local, pediu mais ações da gerência e do condomínio do mercado contra a violência, após ocorrência neste mês. 

“Não iremos tolerar e nem aceitar nenhum tipo de violências contra nós e iremos denunciar todo e quaisquer episódios de assédio, abuso, racismo, machismo, transfobia, misoginia, sexismo, fascismo e ódio neste e nem em outros espaços. Vamos continuar lutando por nossos direitos e esperamos ações do condomínio e gerência do Mercado Novo para combater qualquer tipo de violência. Assedio é crime. Não estamos no cardápio!”, declarou o grupo, reunido no segundo andar do mercado, que reúne dezenas de restaurantes. 

As mulheres carregaram cartazes com dizeres como “E aí, Mercado Novo, até quando irão se calar sobre estas violências?” e “Também somos filhas, mães e irmãs de alguém”. O protesto foi organizado após um caso de assédio contra uma funcionária do restaurante Cozinha da Avó Anna, cometido por outro trabalhador de uma loja do próprio mercado, ser denunciado neste mês. O caso faz emergir uma série de relatos de outros assédios sofridos no mercado, de acordo com a dona do restaurante, a empresária Fernanda Delazari. 

Procurado pela reportagem, o superintendente do Mercado Novo, Gabriel Filho, afirmou que apoia o movimento de mulheres e que “a partir de qualquer denúncia, vamos às últimas consequências para apurar e punir os responsáveis”. “Colocamos seguranças e apoio moral para que denunciem e não fiquem caladas. Todos os nossos canais de comunicação estão abertos, WhatsApp, e-mail, e nosso escritório”, completou.