O prazo de três anos para o descomissionamento das barragens a montante não foi razoável, segundo o especialista em barragens Carlos Bareira Martinez, e professor do Instituto de Engenharia Mecânica (IEM) da Universidade Federal de Itajubá (Unifei).

“Toda vez que você vai fazer qualquer tipo de movimento desse tipo, você tem uma legislação com muitas interferências, precisa de licenciamentos, há burocracia, leva tempo. A própria lei diz que o prazo pode ser prorrogado e, quando isso entrou (em vigor), ficou na cara que o descomissionamento não seria feito no prazo”, disse. 

Ele diz a que a conclusão da descaracterização deve ser feita em até dez anos. “Entre sete e dez anos. Mas o importante é começar, ter meta, planos e que essas estruturas sejam monitoradas, bem acompanhadas
Ainda segundo ele, O problema é que, com o descomissionamento durando 10 anos, a população pode se acostumar com a sirene. Isso não pode acontecer, é preciso ficar sempre alerta”, defendeu. 

Entenda
Consideradas estruturas mais susceptíveis a rompimentos, barragens a montante são construídas a partir da sobreposição dos próprios rejeitos. O descomissionamento é a intervenção para fazer com que a estrutura perca as características de uma barragem – uma das alternativas é drenar os rejeitos, para eliminar o risco de rompimento.