Comércio

'O que a CDL fala não me interessa', diz Kalil sobre associação lojista de BH

Prefeito afirmou que as declarações da entidade são meramente políticas, já que seu presidente não tem sequer uma loja e ainda é pré-candidato a comandar a PBH a partir de 2021

Por Gabriel Moraes
Publicado em 04 de agosto de 2020 | 20:12
 
 
 
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O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), comentou nesta terça-feira (4) as críticas que vem sofrendo durante a pandemia por parte da Câmara de Dirigentes Lojistas da capital (CDL-BH), cujo presidente é Marcelo Souza e Silva, pré-candidato à prefeitura nas eleições deste ano. De acordo com o atual mandatário, a PBH está aberta a discutir a reabertura do comércio apenas com entidades que não são políticas.

"Nós temos um plano de retomada da Prefeitura de Belo Horizonte, e nós vamos sentar e vamos conversar. Nós já prorrogamos IPTU, tiramos despesas deles, mas nós vamos conversar com as entidade que interessam à prefeitura, que são os donos de lojas, não os políticos, pois a CDL é política hoje", afirmou Kalil em entrevista exclusiva ao programa Super N 2ª Edição, da rádio Super.

"O que a CDL fala não me interessa, vamos colocar com clareza. O presidente da CDL não tem uma loja. Então vamos parar com isso. Eu sentei aqui foi com 20 associações, inclusive de shoppings centers, que são ligadas ao Sindilojas. Esse é quem abre a porta. A opinião política não me interessa", disse.

O prefeito citou a pesquisa do Grupo Bandeirantes que apontou que ele agiu melhor contra a Covid-19 do que o Estado e a União. "A pesquisa mostrou que não adianta pressão. A população aderiu ao programa de responsabilidade e se colocou ao lado da ciência. Então, não adianta meia dúzia gritar, porque no grito e no 'empurra' não vai. Nós precisamos é de ciência, de número e de gente que sabe trabalhar. Quem esteve ao nosso lado o tempo todo é quem realmente está de porta fechada, e agora nós vamos recuperar esse pessoal todo, se Deus quiser", completou.

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Veja a entrevista completa:

Alexandre Kalil anunciou na tarde desta terça-feira a reabertura gradual do comércio da capital mineira a partir de quinta-feira (6). Novos protocolos foram definidos pelo Executivo municipal.

A abertura atende pleito de entidades comerciais que pediam a flexibilização por causa do Dia dos Pais, data importante de arrecadação para o setor comemorada no próximo domingo. Mesmo tendo decidido em favor dos lojistas, o prefeito reiterou que a população mantenha os cuidados e, especialmente, o distanciamento social também dos familiares.

Críticas

A CDL criticou a demora da PBH em flexibilizar o comércio na capital. Em nota, a associação informou que no dia 22 de julho solicitou a abertura do comércio quando o índice de ocupação de leitos de UTI estivesse em 80%, no entanto, a hipótese teria sido "radicalmente rechaçada pela prefeitura". Leia:

"Hoje, a prefeitura decide que o comércio pode abrir de quinta a sábado desta semana. E o índice de ocupação de leitos de UTI está em 84%. Dá para entender tamanha contradição? 

Utilizando este critério de hoje, e se fossem contabilizados os leitos da rede privada e se a Prefeitura de Belo Horizonte tivesse cumprido a promessa de aumentar os leitos públicos, o comércio já estaria aberto há muito tempo, evitando a quebradeira de milhares de negócios e o desemprego de milhares de trabalhadores, que se encontram com sérias dificuldades para sustentar suas famílias".

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A CDL-BH também afirmou que, pelo menos, 20 empresas são fechadas por dia no município devido à crise provocada pelo novo coronavírus.

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