Um homem de 30 anos foi condenado pela Justiça a 30 anos de prisão depois de espancar o enteado até a morte um bebê de 1 ano e cinco meses. Dalmo Henrique Ferreira Oliveira matou Pietro Emanuel Viana da Silva no dia 23 de fevereiro do ano passado na Vila Fazendinha, na região Leste de Belo Horizonte.

A sentença foi proferida pelo I Tribunal do Júri já na madrugada desta sexta-feira (4). O acusado negou o direito de recorrer em liberdade e deve cumprir a pena em regime fechado.

À época, a mãe do menino, então com 19 anos, deixou o bebê sob os cuidados do padrasto. O homem, então, espancou violentamente o menino, que chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.

A acusação sustentou que a mãe sabia das agressões e que nada fez para impedir o ocorrido. Vizinhos relatam que eram constantes os choros e gritos do bebê e que era possível ouvir os espancamentos.

A criança já tinha sido levada para UPA em outra ocasião, na qual foram constatadas lesões possivelmente provocadas por agressões. Em uma delas, foi constatada uma grave fratura do seu úmero esquerdo, e a mãe relatou que o menino havia caído do berço. Além disso, o bebê apresentava fraturas já calcificadas, o que indicava fraturas anteriores não tratadas. 

A acusação expôs ainda que o casal se valeu de meio cruel e causou intenso sofrimento ao bebê, que não tinha condições de se defender das agressões.

Relembre o caso

O casal foi preso após apresentar versões contraditórias sobre o caso. A Polícia Militar foi acionada por médicos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Leste, onde a criança deu entrada com vários hematomas pelo corpo.

A médica percebeu que ela estava machucada no queixo, crânio, tórax e tinha uma fratura na perna esquerda. Os médicos tentaram fazer o socorro, mas a vítima não resistiu. 

A mãe do garoto, de 19 anos, contou que foi ao centro de Belo Horizonte com seu filho pela manhã e que, em uma rua próxima a praça Sete, os dois foram atacados por um cachorro. Ela ainda disse aos policiais que tentou correr, mas caiu com a criança, porém achou que ela não tinha se ferido e foi para a casa do companheiro. 

O padrasto do bebê disse que a mulher contou a mesma versão de ter sido atacada pelo cão, no entanto, ele disse que ela contou ter sido perto da residência do casal, na Vila Fazendinha. A queda teria ocorrido pela manhã e somente a noite eles resolveram levar a criança ao médico. 

Por causa das contradições, e como nenhum dos dois demonstraram tristeza, a polícia resolveu prender os suspeitos já que, segundo os médicos, há indícios que o menino tenha sido agredido.

Com Natália Oliveira