Pais indignados com o adiamento do início das aulas para crianças de 5 a 11 anos fizeram uma manifestação na porta da PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) na manhã deste sábado (29). O prefeito Alexandre Kalil (PSD) foi o alvo central das críticas dos presentes no ato.

“É um misto de decepção e revolta. Lutamos muito para as escolas ficarem abertas, independentemente do nível de transmissão da doença. As escolas são o futuro da cidade é um absurdo o descaso completo”, desaba o arquiteto Rodrigo Guimarães, 46, que participou do ato com a esposa e dois filhos. 

Faixas foram exibidas por pais e até mesmo crianças. “Aulas presenciais já”, “Kalil é inimigo da educação em BH”, “Educação tem que ser prioridade. Nosso futuro pede socorro”, eram alguns dos escritos. 

O comerciante Rodrigo Marçal, 45, estava na coordenação do ato e disse à reportagem que a “indignação” é um sentimento comum em todos os presentes . 

“O prefeito, mais uma vez, fecha as escolas. Não tem motivo para isso. Se atingirmos índices altíssimos e fechar tudo, ok. As crianças são os indivíduos com mais direitos na Constituição e são as mais prejudicadas. O que tivemos aqui na prefeitura foi diversos pais indignados”, afirmou o representante do movimento Juntos pela Educação. 

Além de pais com os filhos, o deputado estadual Bartô (sem partido) marcou presença no ato. 

“A manifestação é claramente contra a incoerência do prefeito que abre a cidade para festas e jogos no Mineirão e a educação é deixada para trás. Nunca foi pela saúde, sim por interesses políticos”, comentou alertando que outros atos devem acontecer no decorrer da semana que vai iniciar. 

A postura da prefeitura de BH com a educação não é aprovada pela psicóloga Elisa Morais, 42. “Nosso prefeito tem demonstrado prioridade zero em relação à educação. Não era hora de fechar é um retrocesso. Estou bem frustrante e não vejo isso com bons olhos”. 

Abaixo-assinado 

Na internet circula um abaixo-assinado pedindo o início “imediato das aulas presenciais no dia 2 de fevereiro”.

“O que o prefeito Kalil tem feito com a educação no município fere o Estatuto das crianças. Toda criança tem direito à Educação e esse direito tem sido negligenciado pela prefeitura”, afirmam os organizadores.

A professora Paulini Moisés, 40, é favorável ao início das aulas e não defende a justificativa da PBH para a decisão. É importante lembrar que o Executivo municipal adiou o início das aulas para dar tempo aos pais de vacinarem seus filhos com pelo menos a primeira dose do imunizante contra a Covid.

“Adesão à vacina é direito individual. Vacina segundo os valores que cada família tem em casa”, opinou.