O céu nublado e a chuva fina que atinge parte de Belo Horizonte podem ter desanimado os moradores da capital a comparecerem aos parques da cidade na manhã deste domingo (24), o primeiro após a liberação da prefeitura para entrada nesses locais públicos sem a necessidade de agendamento prévio.
No Parque das Mangabeiras, na região Centro-Sul da capital, por volta de 10h, o céu estava nublado, mas não chovia ainda. Durante a manhã, a movimentação era tímida.
Na entrada não foi pedido o agendamento prévio, mas era solicitado o cartão de vacina, com a comprovação da imunização contra a febre amarela. Quem não apresentou o documento assinou um termo de compromisso e foi liberado.
Famílias com crianças pequenas e esportistas se arriscaram a aproveitar o domingo no parque mesmo com o céu nublado e a com a chuva fina.
A fonoaudióloga Isabel Nascimento, de 41 anos, está entre as pessoas que compareceram ao parque e disse que a retirada da necessidade do agendamento prévio facilitou o passeio. “Foi bom não ter o agendamento porque fica mais fácil para vir. A dificuldade do agendamento é que ele tem que ser feito com bastante antecedência e acontecem coisas durante a rotina e a gente não consegue ter essa exatidão”, afirma.
Ao lado do marido e dos filhos, um garotinho, de 9 anos, e uma menininha, de 4, ela se arriscou a ir ao parque com a família mesmo com o tempo fechado.
“Acredito que em breve vai chover, mas já deu pra eles brincarem. Eles já curtiram, vendo os peixes, e andando de bicicleta e skate”, conta.
Já o programador Leandro Silveira, de 34 anos, trouxe os amigos que moram em Nova Serrana, no interior do Estado, para conhecerem o ponto turístico e andar de patins em Belo Horizonte.
“Se tivesse a necessidade do agendamento, iria dificultar para trazer os meus amigos e pode ser que a gente nem ia conseguir vir. Isso porque muita gente devia agendar e não devia conseguir vir ao parque. Dessa forma, o turista vem para BH e facilita não ter um agendamento”, avalia.
Já quem passou pelo Parque Municipal Aggeo Pio Sobrinho, no bairro Buritis, que fica na região Oeste da capital, encontrou o local vazio. A impressão que dava para quem passava pelo endereço era que ele estava interditado.
Quem decidiu parar para entrar, encontrou o portão fechado e correntes nas grades de acesso.
Apesar de não gravar entrevista, o funcionário que estava na portaria explicou que o local está aberto até as 17h. O portão está fechado porque para ter acesso ao parque é necessário apresentar o cartão de vacina, comprovando a imunização contra a febre amarela. O trabalhador explicou que muita gente compareceu ao endereço, mas não entrou porque não tinha o documento em mãos.
Diferente do que ocorre no Parque das Mangabeiras, no Parque Municipal Aggeo Pio Sobrinho não há um termo de compromisso para que o visitante que esteja sem o cartão de vacina assine e entre no local.
O estudante Lucas Ferreira, de 19 anos, e os dois amigos estão entre as pessoas que foram barradas na entrada do parque. “Eu fiquei sabendo que tinha que apresentar um termo da vacinação contra a febre amarela. Meus amigos não conseguiram encontrar o cartão de vacina e eu achei que tivesse um termo de compromisso, assim como tem no Parque das Mangabeiras, que pudéssemos assinar para entrar, mas não tinha e fomos impedidos de entrar”, explica.
Ferreira completa: “Acredito que se tivesse um cartão virtual ou alguma outra forma de acessar os nossos dados de vacinação de forma virtual ajudaria muito”, acredita.
Fechados em março de 2020 devido a pandemia da covid-19, a flexibilização gradual dos parques de Belo Horizonte teve início em agosto do ano passado. Com a melhora dos indicadores, o avanço da vacinação contra a doença e a liberação de outros serviços na capital, a entrada nos parques da cidade sem o agendamento foi liberada pela prefeitura na última segunda.
Apenas o Parque Municipal Américo Renné Giannetti permanece fechado por causa do possível contato dos gatos que habitam o local com morcegos infectados com a raiva. Conforme explicou a Prefeitura de Belo Horizonte, os felinos já começaram a ser vacinados contra a doença, sendo que cerca de 270 já foram vacinados.