A Delegacia Especializada de Crimes contra a Mulher instaurou inquérito para investigar uma denúncia de estupro feita por uma recepcionista de 22 anos em um renomado bar localizado no bairro Cruzeiro, na região Centro-Sul de Belo Horizonte.
“As diligências estão em andamento para esclarecimento dos fatos e localização do suspeito”, informou a delegacia, por meio de nota. Uma delegada será designada especialmente para acompanhar o caso.
A denunciante já foi ouvida no plantão da delegacia, quando registrou o Boletom de Ocorrência (BO), na manhã desta quarta-feira (10), e seria ouvida novamente para fornecer mais detalhes que possam levar ao suspeito. No entanto, a suposta vítima afirmou à reportagem que retirou a queixa. "Nada a declarar. Situação resolvida. Tudo certinho", disse a recepcionista.
A Polícia Civil havia requisitado imagens do circuito de segurança do estabelecimento e foi procurada para saber se realmente a queixa foi retirada e, se sim, se dará andamento às investigações. Segundo a corporação, a recepcionista compareceu à delegacia e não aguardou o encerramento do atendimento.
Independentemente da vontade dela, o inquérito policial foi instaurado e os trabalhos de investigação estão em andamento.
A denúncia
A jovem acionou a Polícia Militar (PM) para o bar, durante a madrugada desta quarta, contando que foi estuprada no banheiro feminino do estabelecimento.
De acordo com o boletim de ocorrência, a mulher contou que estava no bar Jângal junto com amigos, cantando no karaokê e que em determinado momento foi ao banheiro feminino sozinha e que havia um homem lá dentro.
O suspeito, segundo a jovem registrou na ocorrência, a segurou à força, tirou sua roupa e praticou a conjunção carnal sem o consentimento dela. A jovem falou que quando saiu contou para os amigos o que tinha acontecido e eles acionaram a polícia.
Ela disse ainda que não conhecia o homem, mas que, antes do crime, ele estava sentado próximo a mesa onde ela estava com amigos e que já tinha conversado com ele antes. A denunciante disse ainda que o suspeito tinha feito alguns elogios para ela.
Após o crime, o homem fugiu e não foi encontrado. Uma testemunha contou que ouviu o suspeito dizer que tinha feito sexo com a mulher e a denunciante dizer que tinha mantido relações sexuais com ele por cerca de 10 minutos.
Uma outra pessoa que estava no bar com a jovem disse que ela saiu do banheiro muito assustada e chorando, contando que tinha sido estuprada. "Voltou chorando do banheiro cerca de dez minutos depois que havia saído da mesa", afirmou a testemunha.
No Boletim de Ocorrência consta que o gerente do Jângal disse aos militares que só soube do fato após o acionamento da polícia e que há câmeras de segurança no estabelecimento e que as imagens serão cedidas para investigação. A recepcionista foi levada pela PM ao Hospital Odilon Behrens para ser medicada.
O que diz o bar
Por meio da assessoria de imprensa, o Jângal informou, por telefone, que nas imagens das câmeras de segurança será possível ver se algum homem entrou no banheiro feminino e caso tenha ocorrido, indentificá-lo.
O bar informou que vai passar todas as informações necessárias para ajudar nas investigações da polícia. A assessoria disse ainda que isso não tinha acontecido antes no bar. Um dos sócios do estabelecimento, que se identificou apenas por André, marcou entrevista com a reportagem, mas desistiu.
Em nota, o bar informou que foi surpreendido no dia 9 de julho com a denúncia de uma cliente de violência sexual acometida por outro cliente dentro do estabelecimento.
"Importante frisar que a gerência do bar apenas tomou conhecimento da denúncia no momento da chegada da polícia, para tomada dos depoimentos. Assim, imediatamente se colocou à disposição de todos – clientes e polícia – , dando todo acesso ao estabelecimento, bem como informações e apoio necessários", diz.
"Diante do exposto, o Jângal lamenta o ocorrido e se solidariza com a situação, desejando veementemente que os fatos se esclareçam o mais rapidamente possível. Para isso, se coloca à disposição das autoridades inclusive para acesso às imagens das câmeras de monitoramento, caso sejam solicitadas pela justiça", conclui a nota.
Por fim, o Jângal reafirma a proposta do bar de ser um espaço de entretenimento e alegria sempre com respeito ao ser humano.
Atualizada às 18h47