'Bomba'

Polícia Civil prende suspeito de vender anabolizantes na Zona da Mata

Carga apreendida em dois imóveis em Juiz de Fora é avaliada em quase R$ 1 milhão; também foram encontrados remédios abortivos e para uso veterinário

Por Bruno Menezes
Publicado em 01 de maio de 2020 | 12:10
 
 
 
normal

Um homem de 32 anos foi preso nessa quinta-feira (30) suspeito de tráfico de drogas na cidade de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. Segundo a Polícia Civil, o homem seria o maior fornecedor de esteroides da região. A carga apreendida na casa dele e em um imóvel usado como bunker tinha 78  substâncias diferentes e está avaliada em R$ 1 milhão. 

De acordo com o delegado Rodolfo Tadeu Machado, as investigações tiveram início há dois meses, quando a inteligência da Polícia Civil identificou um fluxo grande de comercialização de esteroides na região. 

“Na segunda-feira, fizemos diligências em Juiz de Fora e identificamos o suspeito e os locais que ele frequentava. Na data de ontem, os nossos investigadores conseguiram interceptar a entrega de uma encomenda. Foi feita a abordagem do suspeito e constatado que realmente eles estavam recebendo medicamentos controlados, voltados para anabolizantes e esteroides”, explicou. A entrega havia sido enviada para o suspeito do Estado do Paraná.

Logo em seguida, os investigadores fizeram uma busca na casa do suspeito. Parte dos esteroides estava no local. Depois, a equipe seguiu para um segundo endereço, no mesmo bairro, que era utilizado como bunker pelo homem. 

“Era um pequeno apartamento de subsolo. Lá, ele mantinha uma estrutura com janelas tampadas, prateleiras e os produtos eram separados de acordo com a finalidade que ele buscava alcançar com esportistas e praticantes de exercícios físicos”, contou o delegado. 

Dentre as substâncias estão medicamentos que deveriam ser vendidos sob prescrição médica, esteroides proibidos no Brasil, abortivos, remédios voltados para o controle de testosterona, além de substâncias veterinárias. Uma dessas, utilizada para a dilatação do pulmão de cavalos, era vendida para ser aplicada em humanos. Segundo a Polícia Civil, ainda há indícios de manipulação e envasamento dos produtos no local.

Na residência, o homem e a esposa foram presos, apesar disso a mulher foi liberada, porque durante a investigação não foram encontrados indícios da participação dela no esquema. O suspeito já havia sido preso pelo mesmo crime no ano passado. Segundo a mulher dele, o casal teria decidido em comum acordo parar com a comercialização após ele ser preso e montar uma loja de roupas. O pacto, no entanto, não foi respeitado pelo marido. 

“Eles tiveram um abalo no relacionamento e desde então fizeram um trato de não comercializar isso mais. Ela montou uma loja, a gente visitou a loja dela, demonstrou o movimento financeiro da loja. A princípio, parece estar normal, mas temos que investigar, mas não trouxe elementos para efetuarmos a prisão dela”, disse o delegado. 

O homem vai responder por tráfico de drogas, sujeito a uma pena de cinco a 10 anos. Caso fique comprovada a comercialização ilegal de medicamentos a pena pode chegar a 15 anos.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!