Dietilenoglicol

Polícia já ouviu 24 pessoas no caso de contaminação por cerveja da Backer

Vinte e oito casos de contaminação por dietilenoglicol que estaria presente na cerveja ainda estão sob investigação; quatro casos foram confirmados

Por Lara Alves
Publicado em 30 de janeiro de 2020 | 09:58
 
 
 
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Vinte e quatro pessoas já foram ouvidas pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) no inquérito que apura o adoecimento e a morte de pacientes após ingestão da cerveja Belorizontina da Backer.

Ao todo, a Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG) recebeu notificações pelo aparecimento de sintomas característicos da intoxicação exógena por dietilenoglicol em 28 pacientes internados em hospitais de Minas Gerais. Quatro deles não resistiram ao quadro sintomático, denominado síndrome nefroneural, e morreram entre o mês de dezembro e este começo de janeiro. 

Apenas nos últimos dias desta semana, três pessoas compareceram à 4ª Delegacia de Polícia Civil, na região Oeste de Belo Horizonte, para prestar depoimento. Ainda não há detalhes a respeito de quem são elas ou as outras que também comparecem há 25 dias para falar sobre o caso com os investigadores. 

Peritos do Instituto de Criminalística (IC) continuam a investigar as amostras colhidas na cervejaria Backer e na empresa química de Contagem, na região metropolitana de BH, que garantia o fornecimento de monoetilenoglicol (um líquido anticongelante) para produção das bebidas. Não existe previsão para conclusão dos laudos. 

No entanto, relatórios já publicados pela Polícia Civil comprovaram a existência de dietilenoglicol, uma substância altamente tóxica, em amostras de lotes da cerveja Belorizontina. Um laudo expedido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) garantiu a presença dessa substância na água usada pela cervejaria. 

Movimentação na última semana

Na última terça-feira (28), o Mapa apontou ter encontrado dietilenoglicol e etilenoglicol em amostras colhidas em outros dez lotes de bebidas da Backer. Ao todo, 41 lotes de dez rótulos estariam contaminados, são eles: Belorizontina, Backer Pilsen, Backer Trigo, Brown, Backer D2, Capixaba, Capitão Senra, Corleone, Fargo 46 e Pele Vermelha. 

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A cervejaria já estava interditada, impossibilitada de continuar sua produção, e, nesta terça-feira (28), as atividades no Templo Cervejeiro, que fica no bairro Olhos D'Água, na região Oeste de BH, foram temporariamente interrompidas. 

Relembre

Os primeiros boatos relacionando a internação de quatro pacientes em Belo Horizonte ao consumo da cerveja Belorizontina apareceram em conversas de WhatsApp ainda nos primeiros dias do mês de janeiro. Todos os quatro, internados em hospitais particulares da cidade, ou viviam ou haviam passado pelo bairro Buritis, na região Oeste, nos últimos dias de dezembro. 

Àquele momento, a cervejaria Backer negou qualquer envolvimento e classificou a mensagem como mentirosa. "Devido ao grande sucesso da Belorizontina e a grande concorrência no mercado, utilizam dessa notícia mentirosa para atingir a marca Belorizontina que é tão querida pelos mineiros", informou. 

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