A Polícia Civil prendeu um dos maiores especialistas em furto de veículos em Belo Horizonte e região metropolitana. Conhecido como 'Professor', o suspeito ensinaria a prática criminosa a outros ladrões, e usava apenas uma tesoura para abrir os veículos, demorando de 12 a 14 segundos para concretizar a ação. 

Depois de três meses de investigação, policiais do Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp) realizaram a operação Gazua, para desarticular a quadrilha liderada por 'Professor'.

Além dele, também foi preso um suspeito conhecido como 'Maçarico', que encontrava-se solto e monitorado por tornozeleira eletrônica.

O outro comparsa do 'Professor' não foi encontrado pela polícia e a Justiça decretou três mandados de prisão contra ele, sendo duas temporárias e uma preventiva.

Na casa do líder da quadrilha, os policiais encontraram quatro centralinas, peças usadas para ligar o carro, e a tesoura usada por ele para abrir os veículos.

'Professor' já havia sido preso duas vezes anteriormente, mas foi colocado  em liberdade. Para a polícia, ele confessou já ter furtado 300 veículos nos últimos quatro anos.

Para o delegado Thiago Lima Machado, 'Professor' é considerado um dos maiores ladrões de carro de região metropolitana. Ele responderá por crime de furto qualificado e associação criminosa. Já 'Maçarico' vai responder por associação criminosa.

O trio agia em Contagem e Belo Horizonte. Os suspeitos cresceram juntos em Ibirité e se juntaram para a prática criminosa.

Os carros eram vendidos por eles por R$ 3 mil. Ele tinha preferência por uma determinada marca de veículos por ser mais fácil de arrombar.

Os veículos eram vendidos para traficantes, que os usavam no comércio de drogas, para envolvidos em furtos e roubos, para clonagem e desmanche. "Eram usados para a prática de outros crimes", disse o delegado.

Investigação

Câmeras de segurança registraram os ladrões agindo em vários crimes. Em um deles, que aconteceu às 14h42 de 4 de outubro deste ano, em Contagem, o suspeito aparece descendo de um Siena, dirigido por um dos comparsas.

Ele caminha, se aproxima de um Ford Ka, estacionado na rua, observa o que tem dentro, tudo discretamente. Ele dá uma leve sacudida no veículo e o alarme não dispara.

O ladrão, então, pega a tesoura e abre a porta do lado do motorista, em questão de segundos. Como a centralina dele era de outra marca de veículo, e percebendo que o carro estava lotado de produtos automotivos, o suspeito desengrenou o Ford Ka e desceu a ladeira, sendo seguido pelo Siena que o havia levado.

Mais adiante, segundo a polícia, eles passaram a mercadoria para o Siena e fugiram. O dono do carro arrombado estava na casa em frente ao local onde ele havia estacionado e não percebeu nada.