Um cabo da polícia militar foi preso depois de ter entrado em uma loja de troca de óleo e atirado contra os funcionários. O militar teria se irritado depois que lhe foi negado um macaco hidráulico para trocar o pneu do seu carro, conforme informou testemunhas.
Segundo consta no boletim de ocorrência, o cabo, em companhia da namorada, estacionou seu carro próximo à loja, no bairro Canaã, na Zona Norte de Belo Horizonte, para trocar o pneu, mas encontrou dificuldades. Testemunhas informaram à PM, que o militar estaria embriagado e alterado e em um determinado momento, ele foi à loja e pediu um macaco hidráulico emprestado, no entanto, lhe foi informado que não havia um na loja. Nesse momento, conforme os funcionários, o cabo voltou ao veículo, mas se alterou e começou a chutar placa do estabelecimento e dizer palavrões, quando foi repreendido por um dos funcionários.
O funcionário informou à polícia que viu o cabo pegando algo no carro e temendo ser agredido, pegou uma barra de ferro para se defender, no entanto o policial saiu armado e efetuou diversos disparos contra o estabelecimento, gritando: “Vou matar todo mundo, não vai sobrar um vivo”.
O funcionário da loja tentou se esconder mas foi perseguido pelo cabo e atingido com um tiro na perna, além de ter recebido várias coronhadas e chutes, sendo, sempre ameaçado: “Você vai morrer”. Ele foi socorrido e encaminhado ao Hospital Risoleta Neves onde foi constatada uma fratura na perna e escoriações no rosto.
A Polícia Militar informou que ao chegarem no local, os militares encontraram o cabo extremamente nervoso e alterado e que ele, no primeiro momento, se negou a entregar a arma que estava em sua cintura e desacatou os colegas de farda.
No boletim de ocorrência consta que, indagado se ele confiava na Polícia Militar, o cabo teria dito que não e xingado os policiais que atendiam a ocorrência.
Imagens
A Polícia Militar recolheu imagens do circuito de segurança da loja em que mostra o exato momento em que o cabo invade o estabelecimento em perseguição ao funcionário e efetua os disparos.
Nelas, é possível ver o funcionário correndo e tentando se esconder, enquanto o policial busca o revólver e corre efetuando os disparos. A namorada do cabo, a todo momento, tenta o segurar e o impedir de cometer o ato.
Ainda segundo a PM, o dono da loja relatou que a companheiro do cabo, após o ocorrido, recolheu do chão as capsulas disparadas, no entanto, conforme os militares, as imagens não mostraram tal ocorrido.
Em depoimento, o policial deu outra versão. Ele informou que enquanto trocava o pneu do seu carro, ele teria se esbarrado na placa e a derrubado fazendo um grande barulho e que nesse momento, o funcionário buscou uma barra de ferro e o ameaçou e por isso utilizou sua arma para a defesa.
A namorada do cabo corroborou com a tese do companheiro e informou à polícia, que o funcionário teria ido até eles com a barra de ferro dizendo que eles "iriam pagar" e que a todo momento tentou acalmá-lo.
O caso foi encerrado na Delegacia de Plantão de Santa Luzia. A arma foi apreendida e entregue ao delegado de plantão. A corregedoria da Polícia Militar esteve no local e apura os fatos e a conduta do militar.
Posicionamento da Polícia Militar
Procurada pela reportagem para se posicionar a respeito da conduta do policial, a Polícia Militar de Minas Gerais informou por nota que o militar está tendo sua conduta avaliada e continua preso por se tratar de crime comum.
A corporação ainda esclarece que todas as providências que cabiam foram adotadas e que a corregedoria da instituição acompanha o caso. (Com Lara Alves)