A população dos bairros MariaTereza, na região Norte de Belo Horizonte, e Beija Flor, na Nordeste, está bastante apreensiva com a informação de que estão na rota dos rejeitos de barragens da Vale.
No cenário mais catastrófico, caso rompam os reservatórios de Forquilha I e II, em Ouro e Preto, ao mesmo tempo que os B3 e B4, em Nova Lima, a lama chegaria na capital em apenas 5h. Isso considerando que se tenha um volume chuva superior ao registrado na média dos últimos 10 mil anos.
Mas, se ceder apenas a barragem localizada em Ouro Preto, os rejeitos chegariam até a capital em 11 horas. O primeiro bairro a ser afetado seria o Beija Flor. Duas horas depois, em Maria Tereza. Isso porque a onda de rejeitos pode se estender até o Ribeirão do Onça e, consequentemente, gerando uma inundação capaz de alagar residências na capital.
E a informação de que Belo Horizonte não passaria ilesa em caso de rompimento de barragem assusta os moradores.
"A gente não dorme em paz mais. Depois de ver tanta tragédia a gente fica com medo, né?", afirma Marisa Inácio de Sousa, de 48 anos. Ela foi uma das participantes do simulado.
Outro morador que teme pelos impactos de uma tragédia é Azinil Rodrigues Dutra. Ele mora no local e tem duas casas de aluguel lá. Mas desde que o risco se tornou público, ele não consegue alugar os imóveis. "É difícil porque são R$700 a menos por mês né", afirma.