A tarifa do metrô de Belo Horizonte pode chegar a R$ 4,25 em março de 2020, um reajuste de 136,1%. Os bilhetes vão sofrer aumento de forma gradativa em seis vezes, e os novos preços podem começar a vigorar a partir do dia 1º de maio, com o valor inicial de R$ 2,40. O escalonamento foi definido nesta quarta-feria (24) em uma audiência de conciliação entre a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e o Instituto de Defesa Coletiva (IDC).
A reunião foi uma tentativa de fazer com que o reajuste nos bilhetes não chegasse ao bolso do usuário de uma só vez, já que, na última segunda-feira, o desembargador Carlos Moreira Alves, da Justiça Federal, revogou a liminar que proibia o aumento do preço da passagem do metrô. Com isso, o bilhete, que, atualmente, custa R$ 1,80, voltaria a valer R$ 3,40.
Contudo, durante o encontro desta quarta-feira (24), a CBTU alegou que precisaria discutir também os reajustes dos anos de 2018 e 2019 que estavam defasados e, após a queda da liminar, estariam judicialmente autorizados para acontecer.
“Estamos há anos com defasagem de mais de R$ 120 milhões, e, sem o reajuste, não sabemos se será possível garantir o serviço aos usuários do metrô até o fim do ano”, disse Pedro Cunto, diretor de planejamento e relações institucionais da companhia.
Novela
Mas o aumento no preço da passagem do metrô de BH ainda não pode vigorar. Isso porque outras duas liminares, que garantem o congelamento do valor, não foram julgadas pela Justiça. (Leia mais aqui). A decisão está em análise pelo desembargador Carlos Alves. “Ele (desembargador) poderá definir o caso a qualquer momento. Não foi uma decisão que agradou a todos, mas tentamos garantir que esse reajuste não caia de uma vez no bolso do consumidor”, disse a presidente do IDC, Lilian Salgado.
Sindicato e movimento não aceitam
Representantes do Movimento Passe Livre e do Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindmetro-MG) não aprovaram o acordo selado entre a CBTU e o IDC. “A gente esperava um acordo em relação aos R$ 3,40, quando fosse acontecer, e acabamos com um reajuste de R$ 4,25. Isso não foi certo”, disse o presidente do Sindmetro-MG, Romeu Machado.
Já André Veloso, do Movimento Passe Livre, disse que a entidade não foi representada no acordo: “Não compactuamos com esse acordo, que garantiu ao usuário um reajuste de 136,1% em menos de um ano. Quem mais precisa e usa o metrô, os mais pobres, desempregados, trabalhadores, é que serão os mais prejudicados”.
Veja quais seriam os novos valores:
A CBTU pretende ajudar os preços até o valor de R$ 4,25, ficando as tarifas da seguinte forma:
maio R$ 2,40
julho R$ 2,90
setembro R$ 3,40
novembro R$ 3,70
janeiro 2020 R$ 4
março 2020 R$ 4,25
A partir do dia 1° de abril de 2020 a CBTU estaria novamente autorizada a praticar novos reajustes, conforme a inflação. A entidade informou, porém, que nenhum novo aumento deve acontecer pelo menos até meados de 2020.
Atualizada às 19h55