Crime no Natal

Recepcionista de hotel no centro de BH é morta enquanto trabalhava

Ela foi golpeada 14 vezes pelas costas; estabelecimento é palco de prostituição e tráfico de drogas, segundo a PM

Por Mariana Nogueira
Publicado em 26 de dezembro de 2019 | 08:32
 
 
 
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Uma jovem de 23 anos foi encontrada morta na noite dessa quarta-feira (25) em um hotel no centro de Belo Horizonte. Ela seria a recepcionista do Hotel Rubi e foi morta em horário de trabalho. Com 14 perfurações por todo o corpo, Taís Cristina Alves pode ter sido vítima de golpes de chave de fenda ou punhal. Segundo a Polícia Civil, até o momento, ninguém foi preso e nenhum suspeito identificado. 

De acordo com a PM, a mulher foi golpeada pelas costas. Um cliente parou uma viatura que passava pela rua e informou sobre o crime. A mulher foi encontrada em um corredor do prédio, que tem três andares. As pessoas que estavam no hotel, contudo, informaram aos PMs que não escutaram nada. Ainda assim, manchas de sangue foram encontradas pelas escadas e o quarto em frente ao ponto onde o corpo estava tinha sinais de arrombamento. 

A recepcionista foi reconhecida por um dos policiais, mas, por estar sem documento, só durante a tarde desta quinta-feira (26) familiares a reconheceram no Intituto Médico Legal (IML) e, conforme informou a Polícia Civil (PC), esperam a liberação do corpo. 

A PC já iniciou as investigações por meio da Delegacia de Homicídios. Segundo a instituição, a causa e a autoria do crime ainda seguem sendo investigadas. O órgão ainda informou que as circunstâncias do assassinato, bem como qual objeto foi usado para golpear só poderão ser confirmados após laudo final da perícia.  

Histórico de crime 

A PM informou ainda que o Hotel Rubi, onde o crime aconteceu, é conhecido pela corporação como palco de prostituição de travestis e tráfico de drogas. No último dia 22, um casal, que atualmente gerenciava o estabelecimento, foi preso por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. A mulher, segundo a polícia, é irmã de Roni Peixoto, considerado um dos maiores traficantes do Estado, braço direito de Fernandinho Beira-Mar em Minas.

Condenado a 35 anos de prisão, em abril deste ano, Peixoto deixou a penitenciária José Maria Alckmin, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana, em abril deste ano, para cumprir a pena em regime aberto domiciliar. 

Um dia depois da prisão do casal, no dia 23, o homem que assumiu o local na ausência dos gerentes atuais também foi preso por porte ilegal de arma de fogo. 

Um comerciante, proprietário de um estabelecimento próximo ao local do crime, afirmou que confusões são constantes. “Era um motel antes e eles alugavam quarto para muitos drogados. Era ponto de droga. Teve uma época que interditou. Aí o motel fechou e alugou para prostituição de travesti. A turma do primeiro dono era mais selecionado, não gritava, era tranquilo. Aí o pessoal que veio continuou no mesmo ramo mas é muito assalto aí dentro, muita brigaiada. Já teve outro estaqueado que saiu quase morto. Eu não conheço quem é o dono mais. Disseram que tem um novo que ia alugar os quartos fixos por mês, não era prostituição, mas parece que tem umas meninas que ainda moram ali. Eu não tenho medo porque cheguei antes, mas é triste demais”, disse o homem, que por questões de segurança não será identificado. 

Ameaças 

Na manhã desta quinta-feira (26) a reportagem esteve no Hotel Rubi e procurou os responsáveis para abrir espaço a um posicionamento.

Um homem que estava na portaria do prédio, contudo, ameaçou a reportagem e os demais membros da imprensa que estavam no local. Armado com uma faca, o homem interferiu nas gravações de uma emissora de TV, tentando impedir as filmagens, e ameaçou agredir e “acabar com a vida” dos repórteres que estavam no local.

 

Atualizada  às 17h.

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