Região metropolitana

Roni Peixoto, braço direito de Fernandinho Beira-Mar, é morto em Santa Luzia

Considerado um dos maiores traficantes de Minas, Roni foi morto na porta de casa, quando chegava de carro e abria o portão da garagem

Por Malú Damázio
Publicado em 11 de abril de 2022 | 08:46
 
 
 
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Roni Peixoto, de 51 anos, apontado como braço direito de Fernandinho Beira-Mar em Minas e um dos maiores traficantes do Estado, foi assassinado na porta de casa, na manhã desta segunda-feira (11), no bairro Santa Matilde, em Santa Luzia, na região metropolitana. Roni Peixoto estava chegando no imóvel quando foi surpreendido por dois homens em um carro prata. 

Segundo o sargento Anderson Romualdo, do 35° Batalhão de Polícia Militar, o traficante estava abrindo o portão de casa quando foi abordado pela dupla. Ele abriu parte do vidro do carro para falar com os suspeitos e foi morto com vários tiros, que o atingiram na cabeça e no peito.

Roni Peixoto não conseguiu nem parar o carro enquanto entrava na garagem. O veículo desceu e bateu em outro automóvel que estava estacionado na rua. As duas pessoas que estavam no carro não se feriram, mas um dos tiros acertou o para-brisa. Ainda assim, quem presenciou a cena descreveu o susto.

"Estou me sentindo aliviado, porque o tiro acertou o para-brisa e poderia ter nos acertado. Foi um livramento. Devem ter sido uns 20, 25 tiros", descreve o pedreiro Anatanael de Almeida, que mora no mesmo lote que Roni Peixoto e estava saindo para trabalhar.

Vida longe do crime

Vizinhos do traficante ouvidos pela reportagem disseram que ele era uma pessoa tranquila e que tinha ser tornado evangélico há pouco tempo. Alguns deles não tinham ligado o nome a pessoa; outros, contaram que sabiam quem ele era e, mesmo assim, não temiam ser vizinhos dele. Ninguém quis gravar entrevista.

Tanto na rua quanto na própria casa de Roni Peixoto há câmeras de segurança, que podem ajudar a entender como tudo ocorreu. 

Roni Peixoto morava em Santa Luzia há três anos onde cumpria prisão domiciliar. "Pelo visto, o local onde ele residia era onde cumpria a prisão domiciliar, mas não temos qualquer informação a respeito dele estar atuando, seja em qualquer tipo de crime, na cidade de Santa Luzia", afirmou o tenente Marcelo Soares, do 35° Batalhão de Polícia Militar de Santa Luzia durante coletiva de imprensa.

Soares contou  que Roni Peixoto foi alvejado com vários tiros e que as munições utilizadas pelos dois suspeito eram de calibre 9mm e .45 . A motivação do assassinato ainda é desconhecida.

"A placa do veículo usado pelos suspeitos é clonada, então, o que se sabe até agora é que os indivíduos utilizaram esse carro para praticar esse fato. E no local, testemunhas descreveram que os autores estavam usando toca ninja", disse o militar.

A PM acredita que provavelmente o carro utilizado pelos suspeitos era roubado e que Roni Peixoto já estava sendo aguardado na porta da casa pelos assassinos.

Histórico

Roni Peixoto vivia em Santa Luzia havia três anos, após ser solto para cumprir pena em regime domiciliar. Segundo o sargento Anderson Romualdo, ele havia deixado o mundo do crime e "se regenerado", procurando apoio religioso.

Ele tinha seis passagens pelo sistema prisional, segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e foi preso pela primeira vez por tráfico de drogas em 1995, quando foi indicado como braço direito de Fernandinho Beira-Mar em Minas Gerais.

Roni cumpria pena total de 35 anos e o último período que passou encarcerado foi entre julho de 2018 e abril de 2019. "Ele foi liberado por alvará de soltura concedido pela Justiça, condicionado a prisão domiciliar", explica a pasta.

Roni também cumpriu pena em estabelecimentos da Polícia Civil.

Atualizada às 13h06.

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