Duas famílias ainda precisam ser removidas de suas casas em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, devido ao risco de rompimento da barragem B1-A, pertencente à empresa Emicon Mineração e Terraplenagem. A informação foi confirmada pela Prefeitura nesta quinta-feira (31/7).
A medida, de caráter preventivo, teve início na terça-feira (29/7) e contempla sete famílias, além de criações de animais da comunidade do Quéias, na região do Vale do Ingá. “A Prefeitura mantém diálogo com as duas famílias restantes e segue atuando para concluir o processo com todas elas”, informou o Executivo municipal.
Situação da barragem B1-A
Com 37 metros de altura e 273 metros de extensão de crista, a barragem B1-A tem capacidade para armazenar 914 mil metros cúbicos de rejeitos — volume aproximadamente doze vezes menor que o da estrutura da Vale que rompeu em 2019, causando 270 mortes.
A elevação para nível 2 ocorreu após a mineradora não apresentar documentos técnicos obrigatórios, como a Declaração de Conformidade e Operacionalidade (DCO) do Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (PAEBM). Também foram constatadas falhas na instalação de sistemas de alerta sonoro e videomonitoramento.
Apesar do nível 2 não indicar risco iminente de colapso, exige ações imediatas de segurança, como a evacuação da Zona de Autossalvamento (ZAS) — área onde não há tempo hábil para resposta em caso de rompimento.
Acordo com o MPMG
A Emicon Mineração e Terraplanagem firmou um acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para adotar medidas emergenciais voltadas à segurança da barragem B1-A.
O Termo de Compromisso foi divulgado nesta quarta-feira (30/7) pelo MPMG, mas foi assinado em 25 de julho e homologado pela 2ª Vara Cível, Criminal e de Execuções Penais da Comarca de Brumadinho. A mesma corte já havia estabelecido multa diária de R$ 5 mil e retenção dos passaportes dos sócios e administradores da mineradora em caso de descumprimento das obrigações.