A irmã do rapaz de 25 anos assassinado na porta de casa no bairro Pedra Azul, em Contagem, nesta terça-feira, 25, conta que quando ouviu os disparos, já imaginou que fosse algo relacionado a ele. O irmão foi morto por dois homens, por volta das 21h40, após um desentendimento na compra de um veículo.
Letícia Alves Teixeira, 19, que era vizinha da vítima assassinada, conta como tudo aconteceu. “Eu estava em casa, ouvi os tiros e já imaginei que fosse meu irmão, porque ele sempre foi ‘um menino’ que sempre teve muita rixa com todo mundo. Eu sai correndo para ver. Cheguei lá e não teve outra: ele estava no chão, todo baleado e já nem reconheci ele mais....Estava a minha avó lá, que criou ele como filho. É uma cena que não sai da minha cabeça e está aqui até agora”, descreve.
A moça descreve que desconhece a motivação do assassinato do irmão, mas pontua que ele sempre ameaçou todo mundo, dizendo que tinha uma arma. Ela mesma nunca o viu armado e desconfiava se essa afirmação dele era verdadeira.
“Sempre imaginamos que isso fosse acontecer, ele sempre foi um ‘menino’ que sempre trouxe muita briga para a família, brincando com todo mundo. Eu mesmo era brigada com ele, mesmo assim não deixei de sentir a morte dele. É complicado”, pontua.
A jovem afirma que o irmão tinha passagem pela polícia e que já foi preso. Ninguém da família sabia com o que ele trabalhava ou que fazia exatamente. “A minha família toda está abalada, principalmente o pai dele, porque teve que ir ao IML reconhecer o corpo. Foi muito complicado, muito tenso”, relata.
Família em choque
O irmão de Letícia morava com avó e um tio avô, de aproximadamente 90 anos, rua Águas Formosas. Ele tinha como vizinhos vários parentes, que escolheram conviver uns próximos aos outros.
O idoso, ainda em choque, não quis gravar com a reportagem. Ainda assim, ele abriu o portão metálico da residência e mostrou as marcas do sangue do neto que escorreu do cimento do portão até a calçada. O chão foi lavadomas ainda há resquícios do crime no local.
Quieta e pacata, a Rua Águas Formosas é formada, em sua maioria, por chácaras e casas de dois andares com varanda com vistas para rua. Nas calçadas jardins a sombra de árvores frondosas. O crime da última terça-feira assustou os vizinhos e irrompeu a tranquilidade daquele ponto do bairro. “Estou tentando levar, independentemente do fato de que não conversávamos, de que éramos brigados, foi muito difícil ver aquilo (ele morto no estirado no chão)”, conclui Letícia.