No oitavo dia de greve, completado nesta segunda-feira (11), cerca de 150 servidores da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) fecharam a avenida Afonso Pena, no sentido bairro, no centro da capital, por mais de uma hora. A categoria reivindica um aumento salarial de 50% e a diminuição da jornada de trabalho de 40 para 30 horas semanais.
Com faixas, cartazes e palavras de ordem, o grupo manifestou, próximo ao pirulito, no cruzamento com a avenida Amazonas. A assessoria da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) informou apenas que desvia o tráfego pela rua Curitiba.
Em seguida, o grupo se dirigiu em passeata para a porta do hospital Maria Amélia Lins, no bairro Santa Efigênia, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. A intenção é denunciar as irregularidades da unidade.
De acordo com o diretor Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais de Minas Gerais (ASTHEMG), Carlos Augusto dos Passos Martins, há três andares no local, e apenas um elevador, que está com defeito. Além disso, no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) há fiação exposta, que até já pegou fogo. “Já houve curto, com incêndio, em um dos corredores. A parede está queimada até hoje”, contou.
O diretor ainda afirma que existem pontos de oxigênio estragados, uns com esparadrapos e 18 leitos fechados. “Os trabalhadores fecharam o bloco cirúrgico, ampliando a greve e suspenderam as cirurgias programadas para hoje, sem previsão para retorno. Os profissionais estão há dois meses sem vale transporte”, explicou.
Greve
Os funcionários da fundação entraram em greve nessa segunda-feira (4). A cada dia, o grupo apresenta as irregularidades que identifica em cada uma das unidades da Fhemig. Já foram cobradas melhorias na Maternidade Odete Valadares e no Hospital de Pronto-Socorro Alberto Cavalcanti.
Resposta
A assessoria da Fhemig informou que na unidade não há CTI. Afirmou que realmente houve um problema de fiação, mas que já foi resolvido. Contudo, negou que tenha pegado fogo. Além disso, contou que existem dois elevadores no local e que estão funcionando normalmente. Ainda explicou que não existem leitos fechados, apenas desocupados. Quanto ao vale transporte dos funcionários, a assessoria informou que neste mês houve um atraso, mas que foi um problema pontual e que o pagamento vai ser feito nesta segunda-feira (11).
Oito cirurgias desta segunda-feira (11) foram canceladas. Seis delas por conta da greve, já que o bloco cirúrgico está com menos de 50% de seu corpo de funcionários em atividade, uma porque o paciente não compareceu e outra porque o paciente foi alimentado e não podia para fazer a operação. Todas elas serão remarcadas. Outras nove cirurgias marcadas para esta segunda-feira foram realizadas, segundo a assessoria da Fhemig.
Do total de 32 pontos de oxigênio, oito apresentam algum problemas, mas contém um aviso para os funcionários. A manutenção é feita no local onde estão, de acordo com a assessoria da Fhemig.
Atualizada às 18h31.