Além de ter detectado substâncias contaminantes em garrafas de cerveja da Backer, a Polícia Civil de Minas Gerais confirmou, nesta segunda-feira (13), ter achado rastros de dietilenoglicol e monoetilenoglicol na cervejaria, logo no equipamento usado para resfriamento da bebida durante a produção – chamado "chiller".

No entanto, ainda não é possível garantir se as misturas tóxicas presentes no chiller vazaram ou não para cerveja ou como isso teria acontecido. Até o momento, a Backer nega utilizar o dietilenoglicol em sua linha de produção. Assim, a reportagem de O TEMPO procurou a empresa para comentar a divergência de informações, mas ainda não obteve retorno. 

Em coletiva à imprensa na manhã desta segunda, investigadores e peritos aliados à Polícia Civil confirmaram que o número de pessoas supostamente intoxicadas pela bebida contaminada subiu para 11.

Sendo que, um dos pacientes internados com sintomas que teriam sido provocados pela intoxicação veio a óbito na última quarta-feira (8), na Santa Casa de Juiz de Fora, na Zona da Mata. Outros seis a dez casos podem ser confirmados nos próximos dias

Os exames laboratoriais de quatro das 11 vítimas – apenas aqueles que já estão prontos – apontam para a presença de dietilenoglicol na corrente sanguínea delas. 

Mais um lote contaminado

Os laudos concluídos nos últimos dias apontaram que, além dos dois lotes já identificados como contaminados, há um terceiro lote da cerveja Belorizontina que teria se tornado tóxico dada a presença de mono e dietilenoglicol. São os seguintes: L1 1348, L2 1348 e L2 1354. 

A garrafa desse terceiro lote, que confirmou a presença das duas substâncias, foi recolhida nas instalações da fábrica da Backer pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) na última sexta-feira (10) – data em que o órgão decretou o fechamento momentâneo da cervejaria. 

Essa exata garrafa foi enviada de avião para Brasília, onde peritos da Polícia Civil do Distrito Federal operaram um teste de carbonatação para saber se houve violação ou não do recipiente. O exame constatou que ele não foi violado. 

Ainda há outro detalhe importante. A garrafa recolhida pelo Mapa na cervejaria Backer traz ainda o rótulo "Capixaba" – a cerveja é a mesma que a Belorizontina, porém comercializada no Espírito Santo.

Não há relatos de vítimas de intoxicação nesse Estado e, segundo a Polícia Civil de Minas, o aparecimento dos sintomas depende do metabolismo hepático de cada paciente. 

(Com Lara Alves)