O suspeito de efetuar o disparo que matou Nicolly Kimberly, de 7 anos, foi preso nesta quarta-feira (12 de julho). A menina estava em um ponto de ônibus no bairro Mangabeiras, região do Barreiro, em Belo Horizonte, quando foi baleada, em 25 de junho. Segundo a Polícia Civil, o homem é um traficante local e atingiu acidentalmente a vítima.
O suspeito chegou a ser ouvido pela Polícia Civil no fim de junho. Contudo, por falta de provas, foi liberado. Com o avanço das investigações, os policiais colheram depoimento de testemunhas e analisaram imagens de câmeras de segurança, que embasaram o pedido de prisão preventiva, aceito pela Justiça.
“Conseguimos comprovar que ele atua no tráfico no local”, informou o delegado Guilherme Guimarães, responsável pela investigação. O policial conta que o homem tentou atirar em um veículo que passava em alta velocidade, mas atingiu a menina. Ele suspeitava no que automóvel estivessem traficantes rivais.
“Passou uma picape em alta velocidade, o que fez com que ele [suspeito] pensasse que poderia ser um grupo de traficantes rival. Ele sacou a arma e efetuou um disparo, mas errou e acertou a criança”, conta o delegado.
Segundo a Polícia Civil, o suspeito nega o crime. Ele admite todas as partes da história apurada pela instituição, mas nega ter sido o responsável por atirar. “Ali [no local do crime, no bairro Mangabeiras] é um território dele. Inclusive, ele anda armado. Se houvesse outra pessoa armada, ele saberia”, argumentou.
O homem pode responder por homicídio triplamente qualificado. A pena pode chegar a mais de 40 anos de prisão.
Envolvimento do pai da menina com o suspeito
Embora tenha identificado o autor do disparo, a Polícia Civil prossegue com as investigações com objetivo de apurar outros elementos da história. Um deles é o motivo pelo qual o pai da menina, que estava com ela na hora do crime e também foi atingido pelo disparo, não revelou o atirador.
“A questão é saber por que ele preferiu não testemunhar contra o autor”, afirmou o delegado, que não descarta “medo de falar” pelo fato do suspeito ser um traficante ou possível envolvimento do pai da menina com o responsável pelo disparo.