Laboratórios privados

Testes positivos para coronavírus crescem 25% entre outubro e novembro no Brasil

No mesmo período, a procura por exames aumentou 30%; dados são do grupo Hermes Pardini, que controla mais de 5,5 mil laboratórios no país

Por Da redação
Publicado em 18 de novembro de 2020 | 18:22
 
 
 
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O número de exames positivos de infecção por coronavírus em laboratórios privados no Brasil aumentou 25% na primeira quinzena de novembro deste ano em comparação às duas primeiras semanas de outubro. No mesmo período, a procura por exames aumentou 30%. Os dados são do grupo Hermes Pardini, que controla mais de 5,5 mil laboratórios no país. 

Só nas últimas 48h, foram recebidos 26 mil exames RT-PCR, considerados o “padrão ouro” para detecção da Covid-19, no sistema da empresa, que tem capacidade para processar diariamente 20 mil.

Informações levantadas pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), que representa 60% dos laboratórios privados no país, fazem coro aos números registrados pela empresa mineira. Houve aumento de 25% na quantidade de exames positivos no mesmo período.

Em outubro, a taxa de positividade dos exames da rede Pardini era de 20% e, em novembro, saltou para 24%. De acordo com a empresa em nota, isso é “um alerta para a segunda onda da pandemia” no Brasil.

“Temos que analisar todos os dados com muito cuidado. A nossa capacidade de realizar de testes aumentou muito desde o início da pandemia. Com isso, teremos mais casos positivos agora do que tínhamos no passado. Mas notamos um aumento na positividade em novembro na comparação com outubro”, pontua a médica infectologista da empresa Melissa Valentini. 

Ela cita a diminuição no isolamento social e aglomerações provocadas pelas eleições como algumas das instâncias que podem ter resultado no avanço da doença. “Tivemos aglomerações nas eleições, também nas comemorações. Aparentemente estamos começando a subir de novo, mas isso tem que ser olhado com muito critério”, defende. 

Testes rápidos

Valentini alerta para a má compreensão dos tipos de exames realizados para detecção do coronavírus. Há os “testes rápidos” e os do tipo RT-PCR e a qualidade da informação que eles produzem é diferente. Quando um exame rápido indica resultado positivo, por exemplo, significa que a pessoa foi contaminada em um período de ate 20 dias antes do resultado. 

“A população faz teste rápido em farmácia e faz aglomerações, acreditando que não há com Covid-19. Há muita diferença (entre os resultados). Se der (o teste der) negativo, não quer dizer que a pessoa não está contaminada. O momento ideal para fazer um teste sorológico é depois de 14 dias do início dos sintomas. Fazer testes de farmácia ou teste rápido para fazer aglomeração não é uma estratégia adequada”, argumenta. 

Belo Horizonte

A transmissibilidade do vírus em Belo Horizonte registra tendência de alta nos últimos dias. Entre a segunda-feira da semana passara e essa (16), houve aumento do índice Rt que passou do nível verde, quando media 0,9, para o amarelo, com pico em 1,13. 

Nesta quarta-feira (18), o indicador está em 1,10, segundo o boletim epidemiológico da prefeitura da capital. Há 51.802 casos confirmados de Covid-19 na cidade e 1.590 mortes. 

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