Minas

Tragédia em Capitólio: Bombeiros encerram buscas, mas investigação continua

Dez corpos foram encontrados e identificados e outras 34 pessoas ficaram feridas devido ao tombamento de uma rocha na região

Por O TEMPO, com FOLHAPRESS
Publicado em 11 de janeiro de 2022 | 13:15
 
 
 
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O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (CBMMG) informa que, após quatro dias de buscas e salvamento na região do Mirante dos Cânions, onde ocorreu a tragédia em Capitólio no último sábado (8), as operações in loco foram encerradas nesta terça-feira (11).

Dez corpos foram encontrados e identificados e outras 34 pessoas ficaram feridas devido ao tombamento de uma rocha na região. Não há registros de desaparecidos.

“Dessa forma, a atuação do CBMMG na referida ocorrência foi finalizada, após reunião com os demais órgãos envolvidos e a confirmação de que não há, até o presente momento, novas demandas relacionadas para a corporação no caso”, informa nota à imprensa.

Próximos passos da investigação

Em reunião na manhã desta terça na Delegacia Regional de Passos – que investiga o caso –, a Polícia Civil, o Corpo de Bombeiros, a Marinha e a Defesa Civil discutiram os próximos passos da averiguação sobre o que aconteceu no local. Com todos os desaparecidos resgatados, não se viu mais necessidade de operação de busca no lago.

Os prefeitos das três cidades da região do lago de Furnas devem ser ouvidos: Capitólio, Furnas e São José da Barra, nesta semana. Cristiano Gerardão (Progressistas), de Capitólio, deverá ser ouvido ainda nesta terça. A Polícia Civil está à procura um geólogo para ajudar a investigar a causa do desmoronamento.

A perícia estima que há pelo menos duas lanchas no fundo do lago, além da "Jesus", onde estavam os dez mortos, completamente destroçada pelo desmoronamento. A suspeita é que essas lanchas foram viradas pela onda gerada pela queda da rocha. Todos os passageiros foram resgatados com vida.

Da parte da Polícia Civil, cabe agora averiguar os possíveis responsáveis pelo deslizamento. Pimenta diz que é precoce dar qualquer diagnóstico -se foi causa natural ou humana.

A polícia está em contato com a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), a Sociedade Brasileira de Geologia (SBG) e outras instituições para contratar um geólogo especializado neste tipo de rocha.

"Somente um expert com know how da ciência poderá ajudar. Estamos atrás de atores que dominam a ciência, e não de palpiteiros", declarou o delegado Marcos Pimenta. "Não é questão de buscar culpados, mas de averiguar. O que posso garantir é que vamos exaurir todas as possibilidades. Se houver fator humano, será indiciado”, acrescentou.

Resgates

Sete corpos foram resgatados no dia do acidente e outros três foram encontrados no último domingo (9).

Entre as vítimas, quatro eram da mesma família e os outros eram amigos. Todos estavam hospedados em um rancho em São José da Barra e fecharam um passeio de barco em Capitólio.

Na segunda (10), o velório coletivo de quatro vítimas parou a cidade de Serrania (MG). A prefeitura já havia decretado luto de três dias.

Análise de risco

O prefeito de Capitólio admitiu no domingo que nunca houve estudo de análise de risco geológico no local onde ocorreu o desabamento do paredão de rocha.

No sábado, cerca de duas horas antes do desabamento, a Defesa Civil de Minas Gerais havia emitido um alerta para chuvas intensas na região com possibilidade de "cabeça d'água".

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Outras regiões do estado são atingidas por fortes chuvas. Balanço divulgado nesta segunda pela Defesa Civil informa que 145 municípios estão em situação de emergência. Há registro de alagamentos e trânsito interditado em rodovias. A Prefeitura de Pará de Minas emitiu alerta de risco de rompimento de barragem.

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