Uma transexual de 36 anos acusa um garçom de um famoso bar em Lavras, na região Sul de Minas, de impedi-la de utilizar o banheiro feminino. O caso, ocorrido no último dia 23 de junho, virou caso de polícia. Indignada com a situação, avaliada por Bruna Brauna como "humilhante e constrangedora", ela afirmou que pretende levar o caso às "últimas consequências".
Segundo Bruna, ela chegou no estabelecimento, por volta das 19h, acompanhada por um grupo de amigos. Depois de fazer o pedido, Bruna contou que se levantou e caminhou até o banheiro feminino. O garçom teria ido atrás dela e, no momento em que ela ia entrar, o homem teria a impedido.
"Trata-se de um bar muito conhecido na minha cidade. No dia, estava cheio de gente. Quando eu ia entrar, ele me impediu de entrar, dizendo que naquele bar eu teria que usar o banheiro masculino. Eu argumentei, dizendo que viajava muito e que nunca havia sofrido aquele tipo de constrangimento em nenhum local. Também disse que há o próprio Supremo Tribunal Federal (STF) é a favor do direito nós, transexuais, de usarmos o banheiro conforme a nossa identidade de gênero, mas ele não se manteve irredutível", afirmou Bruna.
Depois do ocorrido, a transexual contou que acionou a Polícia Militar para fazer um boletim de ocorrência. "Para a polícia, ele falou que tudo não passou de mal entendido, que não sabia dos meus direitos e me pediu desculpas. Mas eu não aceitei. Ele queria mesmo era me humilhar e mostrar para todo mundo que eu tinha usar o banheiro masculino do bar", salientou.
Ainda de acordo com a mulher, garçom e ela já foram ouvidos na delegacia de Lavras. "Pretendo levar o caso às últimas consequências. No dia, me senti humilhada, constrangida e com vergonha. O que aconteceu lá me chocou e virou o comentário da cidade. Por ser transexual, se eu entro em um banheiro masculino, posso ser posso sofrer bullying e até ser agredida. Já busquei a orientação de uma advogada e vamos entrar com uma ação na justiça. Não quero indenização nem dinheiro. Quero que ele reconheça na frente do juiz que estava errado. Meu objetivo é mostrar para ele e para outras pessoas preconceituaosas que existe uma lei que nos protege", finalizou Bruna.
A reportagem ligou para o estabelecimento, mas o gerente disse que seria preciso conversar com o dono do bar, que estaria no local somente nesta segunda-feira (15).
Atualizada às 18h42