Novos protocolos, adiamento e até discussões sobre o “passaporte da vacina”. A volta às aulas, apesar de próxima, é cercada por dúvidas em Belo Horizonte.  Já na próxima semana, na quinta-feira (3/2), a rede pública municipal retoma suas atividades presenciais, com exceção dos estudantes entre 5 e 11 anos, que só voltam no dia 14 do mesmo mês. 

A medida, anunciada pela prefeitura na semana passada para incentivar a vacinação desse público, é alvo de críticas de pais e de escolas particulares, que emitiram nota contra a decisão da prefeitura.

Também no dia 14, retornam ao ensino presencial as crianças entre 5 e 11 anos que estudam em escolas estaduais. Como BH não integra o Programa Minas Consciente, essas instituições precisam respeitar o decreto de Kalil. São 36 mil estudantes de 183 escolas nessa condição.  

Nas outras faixas etárias, porém, a retomada das instituições sob o guarda-chuva do Governo de Minas, localizadas na capital, será depois do calendário da PBH: 7 de fevereiro, em vez de 3.

Ensino Superior

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) mantém o planejamento de retorno presencial em 26 de março. Na PUC Minas, os estudantes voltam à ativa em 2 de fevereiro de maneira remota e 21 do mesmo mês presencialmente. 

Já o grupo Ânima Educação, proprietário da Una e do Uni-BH, agendou o retorno das aulas para 21 de fevereiro. As duas instituições vão voltar oferecendo o ensino híbrido. Já na Newton Paiva, a volta acontece uma semana antes: 14 de fevereiro, já com a modalidade presencial. 

Os diferentes calendários são um reflexo dos efeitos da variante ômicron em BH. A cidade tem dois dos três principais indicadores da Covid-19 no estágio crítico da escala de risco: as ocupações dos leitos de UTI e de enfermaria estão acima dos 70%. 

Terceiro parâmetro, a transmissão segue em alerta desde 23 de dezembro. O RT tem sua segunda maior média mensal neste janeiro, atrás apenas de março do ano passado, quando houve o colapso do sistema de saúde. 

Novos protocolos

Na toada da volta às aulas, a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) mudou alguns protocolos da Covid-19 dentro das escolas. Agora, a suspensão das atividades coletivas só vai acontecer se 30% dos estudantes de uma mesma turma tiverem confirmação laboratorial da doença. 

Antes, isso acontecia quando mais de um caso positivo fosse constatado numa mesma sala. 

O estado também mudou o protocolo de entrada nas escolas. A nova edição revogou o escalonamento na entrada e na saída dos alunos. 

Mas, mantém a recomendação de controle do fluxo para evitar aglomerações nos momentos de troca de turnos. 

Os cuidados continuam os mesmos: uso de máscara para todos acima de 2 anos, lavagem frequente das mãos e distanciamento entre alunos, professores, funcionários e comunidade escolar. 

O protocolo também recomenda a vacinação de crianças e adolescentes já convocados pelas autoridades (todos acima dos 5 anos). 

Mas, atenção: nem o estado nem a prefeitura podem exigir a vacinação para que o estudante compareça à escola. 

Como a imunização não é obrigatória, apesar de recomendada por todos os médicos, não há “passaporte da vacina” no ensino.

Alunos da mesma turma ficarão separados? 

Com o adiamento para os alunos de 5 a 11 anos em BH, muitos pais se perguntam: como ficarão as turmas que estão dentro das idades limítrofes? Por exemplo, uma sala de 6º ano do Ensino Fundamental tem estudantes de 11 e 12. O mesmo vale para as classes do 1º ano, porém com crianças de 4 e 5. 

Segundo a Secretaria Municipal de Educação, “a idade é uma referência para localizar os anos de escolaridade correspondentes”. 

Dessa maneira, todos os estudantes de 1º ao 6º ano só retornam no dia 14 de fevereiro. O mesmo vale para aqueles de 5 que ainda estão na Educação Infantil.