O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, visitou nesta segunda-feira (22) a cidade de Carangola, na Zona da Mata, uma das mais atingidas pelas chuvas fortes dos últimos dias, e admitiu preocupação com o que está por vir. A cidade amanheceu com pelo menos 1.100 desalojados e 35 desabrigados, além de praticamente todos os bairros terem sido afetados com falta de abastecimento de água.

Conforme Zema, a situação da cidade é triste, mas poderia ter sido pior. "Lamento estar aqui em uma situação não muito agradável. Mas, felizmente, não tivemos vítimas, o que não deixa de ser algo reconfortante. Estamos acompanhando o que é necessário para nós reconstruirmos a cidade", afirmou.

Ele se reuniu com o prefeito, Silas Vieira, representantes do município e percorreu a cidade para conversar e prestar solidariedade aos moradores e comerciantes, e também para ver de perto os estragos.

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De acordo com o governador, o momento é de minimizar os prejuízos a curto prazo e estudar maneiras de evitar novos problemas. "Viemos acompanhar a questão de desabrigados, de desalojados, como está essa situação. A Defesa Civil do Estado também vai providenciar aquilo que for necessário a essas pessoas. A minha grande preocupação é com relação ao futuro, porque Carangola não pode conviver com esse tipo de risco todo verão", disse.

"Ano passado tivemos o problema e esse ano o problema intensificado, com um maior volume de água que invadiu as vias urbanas. Nós precisamos encontrar, para o futuro, algo que possibilite o cidadão de Carangola viver tranquilo mesmo quando caia água do céu. Sabemos que é uma solução que vai demandar estudos, que vai demandar obras no futuro, mas é o que nós precisamos fazer", completou Zema.

O governador lembrou que esses constantes estragos causados por temporais são naturais, mas é dever dos governos proteger a população. "Nós estamos vivendo mudanças climáticas. E esse tipo de evento pode ter uma frequência maior, infelizmente. O que nós temos é que agir rapidamente para que as pessoas sejam resgatadas, removidas e fiquem em segurança", completou.

A respeito da ajuda financeira oferecida pelo governo de Minas, ele explicou que ainda é preciso fazer um levantamento a respeito do real impacto da chuva no município. "Esse valor vai depender do levantamento feito pela prefeitura, de quantos metros de pavimento foram destruídos, quantas pontes foram afetadas. Vamos correr atrás para que a prefeitura tenha condição de recompor aquilo que foi destruído o quanto antes", finalizou.

O coordenador estadual da Defesa Civil e chefe do Gabinete Militar do governador, coronel Osvaldo de Souza Marques, destacou o trabalho de integração realizado para minimizar os danos à população. "A Defesa Civil trabalha na prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação dos desastres. Tão logo começaram as chuvas intensas na Zona da Mata, enviamos equipes para analisar e tentar preparar os municípios. Nós atuamos como coordenadores dos eventos, sempre de forma integrada com outros órgãos do estado e as prefeituras. A atuação coordenada nos garante a nossa meta, que é salvar vidas e levar um alento para quem perdeu as coisas com a ajuda humanitária", disse.

Estragos

Após temporal na última sexta-feira (19), uma adutora foi destruída que leva água aos habitantes foi rompida. Várias casas e estabelecimentos ficaram alagados e um imóvel com quatro pessoas desabou, mas, apesar dos danos, ninguém ficou ferido.

O rio Carangola subiu seis metros acima e deixou a cidade toda debaixo d'água, e o nível só baixou totalmente nesse domingo (21). Quarenta e quatro pessoas ficaram ilhadas e duas afogaram e precisaram de resgate do Corpo de Bombeiros.

Foi criado um posto de comando para coordenar as atividades de realocação dos atingidos, que foram para abrigos ou casas de parentes. Também foi enviado um caminhão com donativos, com colchões, kits de limpeza e de higiene.

Desde então, caminhões-pipa estão auxiliando no abastecimento de casas e empresas. Devido a isso, a prefeitura pediu para que as pessoas economizem o máximo de água possível.

A reportagem de O TEMPO entrou em contato com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) para saber mais informações a respeito dos reparos e prazos para restabelecimento do serviço e aguarda retorno.