A obra do Trevo do Belvedere, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, poderá ser retomada. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) suspendeu a recomendação enviada à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), que solicitava a interrupção dos contratos e serviços ligados à intervenção viária na interseção da rodovia BR-356 com a avenida Raja Gabaglia.
A recomendação havia sido feita em 26 de junho, com a justificativa de que o projeto não teria sido submetido ao devido processo de licenciamento urbanístico, conforme determina o Plano Diretor da capital. Agora, com a nova decisão, a execução das obras pode prosseguir, enquanto o inquérito civil que investiga o caso continua em andamento.
Segundo o MPMG, o objetivo inicial era garantir que o projeto seguisse as normas legais relacionadas à gestão democrática do território urbano. O plano de intervenção envolve a ampliação do viaduto sobre a BR-356, com a construção de uma terceira faixa no sentido Santa Lúcia — medida que, segundo a PBH, pretende melhorar o fluxo de veículos e reduzir congestionamentos na região.
A obra é alvo de polêmicas desde o início. Moradores contrários ao projeto apontam riscos ambientais, principalmente pelo corte previsto de cerca de 200 árvores. Em contrapartida, a prefeitura se comprometeu a realizar o replantio de 800 mudas na mesma região, como forma de compensação ambiental.
Durante visita ao local em abril, o prefeito Álvaro Damião (União Brasil) defendeu a continuidade da obra, alegando que ela atende ao interesse da maioria dos moradores. “Se tivermos de retirar 200 árvores, vamos replantar 800 aqui no bairro mesmo. Esse é o compromisso da prefeitura”, afirmou na ocasião.
Ainda segundo a administração municipal, mais de 7,7 mil moradores do Belvedere assinaram um abaixo-assinado em apoio à intervenção. O projeto também prevê melhorias na Lagoa Seca, espaço de lazer da comunidade que a prefeitura planeja tornar público e revitalizar.