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#EricClapton75anos: 10 momentos que confirmam a expressão 'Clapton is God'

Guitarrista e compositor construiu uma carreira coerente e se transformou em um dos maiores nomes do blues de todos os tempos

Por Bruno Mateus
Publicado em 30 de março de 2020 | 10:30
 
 
 
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Londres, final de 1965 - ou início de 1966, não se sabe ao certo. Em um muro do bairro de Islington, a frase marcada de spray virou slogan fácil de ser encontrado também em banheiros de casas de shows: “Clapton is God”. A fama de Eric Patrick Clapton, nascido em Ripley, na região metropolitana da capital inglesa, em 30 de março de 1945, começava a percorrer a cidade e a fazer a cabeça de jovens que escutavam blues e rock ‘n’ roll. Guitarrista do John Mayall & the Bluesbreakers com passagem pelo Yardbirds, o jovem de 20 anos iniciava ali uma trajetória fascinante, coerente e digna de um dos maiores músicos do século 20.

Em mais de cinco décadas de carreira, o compositor passou por várias encruzilhadas, provou o doce e o amargo, lidou com traumas de infância e a morte trágica de um filho no início dos anos 90, venceu a depressão e o vício em álcool, heroína e cocaína que lhe atormentou por uma longa temporada. Eric Clapton chega aos 75 anos nesta segunda-feira. Setenta e cinco anos de uma vida dedicada à música, história em que uma genialidade muito própria com a guitarra e a paixão - e o respeito - pelo blues se tornaram marcas inquestionáveis. 

Para homenagear Clapton, o Magazine preparou uma lista de 10 momentos (claro que há muitos outros) em que ele faz jus ao apelido de “Deus da guitarra”.

“Groaning The Blues”

Em 1994, Clapton lançou o elogiado “From The Cradle”, com 16 versões de clássicos do blues. O álbum é uma declaração de amor rasgada ao gênero. No ano seguinte, o guitarrista rodou os Estados Unidos com a turnê do disco. 

“Someday After a While”

Outra pérola da safra de “From The Cradle”. Sóbrio depois de mais de 20 anos usando drogas compulsivamente, Eric Clapton estava em ótima forma em meados dos anos 90, período de marcantes interpretações ao vivo desse tema de Freddie King, uma de suas maiores influências. 

“Stormy Monday”

Em maio de 2005, Clapton se juntou a Ginger Baker e Jack Bruce, antigos companheiros do Cream, power trio formado na segunda metade dos anos 60, para quatro apresentações no Royal Albert Hall, em Londres. Sobre essa versão, os aplausos e a vibração da plateia dizem tudo.

“While My Guitar Gently Weeps”

Em 1968, em meio às gravações do “Álbum Branco”, os Beatles viviam em pé de guerra e picuinhas pessoais. Para aliviar o péssimo clima que rondava os estúdios, George Harrison decidiu convidar o amigo para tocar guitarra solo em uma de suas canções. O resultado, com os dedos mágicos de Clapton, é uma das músicas mais bonitas do quarteto Liverpool. 

“Old Love”

Nona faixa do disco “Journeyman”, de 1989, a canção, parceria de Clapton e Robert Cray, já ganhou interpretações inspiradas do guitarrista ao longo dos anos, como nessa de junho de 1999.

“Have You Heard”

O aniversariante do dia gravou um único disco com John Mayall & the Bluesbreakers, batizado, em julho de 1966, de “Blues Breakers with Eric Clapton”, mas foi o suficiente para justificar todo o fanatismo que os jovens londrinos já nutriam pelo guitarrista que havia passado pelo Yardbirds. “Have You Heard”, esse puro blues de Mayall, tem um solo matador. 

“Have You Ever Loved A Woman”

Junho de 1996. Ao vivo no Hyde Park, em Londres, Clapton empunha a belíssima Cherry Red Gibson ES-335 e executa aquela que talvez seja sua melhor versão ao vivo da faixa escrita por Billy Myles e lançada pela primeira vez por Freddie King, em 1960. Gravada por vários mestres do blues, “Have You Ever Loved a Woman” também pode ser conferida no primoroso “Layla and Other Assorted Love Songs”, álbum da Derek and the Dominos, superbanda liderada por Clapton que durou apenas um ano, entre 1970 e 1971.

“Ain’t Nobody’s Business (If I Do)”

Blues dos anos 20, o tema já foi gravado por Bessie Smith, Billie Holiday, Alberta Hunter, Etta James, B.B. King e Ella Fitzgerald, entre outros. Na década de 90, o guitarrista fez sua versão, que começa só com voz e piano e termina com aquele solo característico de Eric Patrick Clapton. 

“Little Queen Of Spades”

Em 2007, na cidade de Chicago, Eric Clapton voltou a promover o “Crossroads Guitar Festival”. Apoiado por uma banda formada por nomes de peso, como Doyle Bramhall II, Derek Trucks e Chris Stanton, o britânico abre e fecha esse cover de Robert Johnson com solos de encher os olhos de qualquer fã de blues - basta ver a reação do ator Bill Murray ao fim da música. 

“Five Long Years”

Mais uma do disco “From The Cradle”. Em meados dos anos 90, Eric Clapton voltou à raiz do estilo que fez sua cabeça de adolescente, como deixa claro o nome do álbum. Com a mão ligeira e afiadíssima e a voz impregnada de blues, o guitarrista eternizou algumas versões de “Five Long Years”,

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