O ano de 2024 se encerrou com uma inflação de 4,9%, segundo a projeção mais recente do Banco Central (BC). Mas nem todos os preços acompanham exatamente a inflação, e o consumidor deve encarar altas mais elevadas — mas também algumas quedas — no início de 2025.
O mercado pode surpreender e trazer baixas ou aumentos inesperados ao longo dos meses, a depender do cenário nacional e até global. Por enquanto, algumas tendências já se desenham no horizonte e podem ser um guia para o bolso do consumidor. Confira alguns produtos e serviços que podem ficar mais baratos ou mais caros no próximo ano.
IPTU
O IPTU de Belo Horizonte sofre um reajuste de 4,71% em 2025, correspondente ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-e), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por outro lado, quem pagar o imposto em parcela única até o dia 31 de janeiro tem um desconto de 5% - menor do que o desconto de 6% oferecido no ano anterior. O encargo também pode ser quitado em até 11 parcelas mensais e consecutivas, que devem ser pagas até o dia 15 de cada mês, começando em fevereiro.
Conta de luz
A bandeira verde da conta de luz, que retornou em dezembro após um período amarela ou vermelha devido à seca em grande parte do Brasil, permanece no patamar positivo para o consumidor em janeiro de 2025. A notícia foi confirmada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na última semana. A manutenção da bandeira é possível graças ao volume de chuvas da estação e ao consequente abastecimento dos reservatórios das hidrelétricas.
Conta de água
Por outro lado, a conta de água dos mineiros ficará mais cara, já que a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) foi autorizada pela Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (Arsae-MG) a aumentar a tarifa em 6,42% a partir do dia 1º de janeiro. O reajuste anual leva em conta a inflação e bonificações ou penalidades de acordo com metas cumpridas ou não pela Copasa.
Carne
A inflação acumulada da carne em BH e região neste ano chega a 21,43%, segundo dados de novembro do IBGE. Não há perspectiva para baixa da carne de boi no curto prazo, segundo a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Sistema Faemg Senar). Por outro lado, os cortes de frango e porco podem dar algum alívio.
“Com o porco e o frango, normalmente, como são animais confinados, você tem uma variação de preço muito mais ligada à oferta de grãos. Como no ano passado tivemos uma oferta de grãos menor, tivemos um pouquinho de acréscimo nessas duas carnes. Neste ano, espera-se que a oferta de grãos seja mais equilibrada e passemos de 300 milhões de toneladas. Certamente, teremos carne de frango e porco mais acessível para a população brasileira e mineira”, detalhou o presidente da entidade, Antônio de Salvo, em coletiva de imprensa em dezembro.
Azeite
Em 2024, os brasileiros assistiram ao azeite se tornar um artigo cada vez mais caro nos supermercados, com um pico de quase 51% de inflação acumulada em 12 meses em junho deste ano. Desde então, ele vem caindo gradativamente, e há motivos para esperar que essa queda continue em 2025. O principal impulsionador da alta do produto são as mudanças climáticas que afetaram as plantações de oliveiras na Europa, maior importadora para o Brasil. A produção e, portanto, a oferta caíram, mas a demanda se manteve, daí a alta de preços. A atual safra, contudo, que ainda está sendo colhida, está melhor do que a dos últimos dois anos, por isso há margem para o preço do azeite diminuir globalmente.
Café
O café moído ficou quase 33% mais caro nacionalmente no Brasil nos últimos 12 meses, segundo dados de novembro do IBGE. Em BH e região, a alta foi maior ainda, de praticamente 41%. Como no caso do azeite, o clima está no centro do problema, devido a uma combinação de granizo no final de 2023 seguido por um período agressivo de seca e elevação de temperatura nas áreas de plantio em Minas. No curto prazo, não há expectativa de reversão do cenário de baixa da produção, pontua o presidente do Sistema Faemg Senar, Antônio de Salvo. “Nós tivemos queda de produção, agora dólar alto, uma exportação ainda maior e aumento do cafezinho. Isso faz parte desses produtos. Quando você tem menos oferta, tem um preço maior”, diz ele.
Mensalidade escolar
O reajuste médio da mensalidade escolar das escolas privadas em Belo Horizonte e região chega a 9,8%, segundo levantamento do site de pesquisa Mercado Mineiro, que considera 46 instituições. O próprio Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinepe-MG) projeta altas de até 15% em algumas delas.
“A escola trabalha no sentido de ser sustentável. Ela gera uma quantidade muito grande de empregos, não só diretos quanto indiretos, e tem um nível de responsabilidade muito grande em manter a sustentabilidade financeira. Então, ela precisa ter um reajuste que seja adequado à sua necessidade de manutenção do negócio educacional. No final das contas, é uma empresa que precisa de ter uma receita que dê sustentabilidade e favoreça o desenvolvimento daquela atividade”, argumenta o porta-voz e superintendente do Sinepe, Paulo Leite, em reportagem anterior de O TEMPO.
Passagem de ônibus
O ano já começa com a passagem de ônibus mais cara em Belo Horizonte, com autorização da prefeitura. A tarifa aumenta 9,52% a partir do dia 1º de janeiro e passa de R$ 5,25 para R$ 5,75. O táxi lotação, que também é tabelado, sofre um aumento até maior. O carros que trafegam pela avenida Afonso Pena sairão dos R$ 6 atuais para R$ 6,35, um aumento de 5,8%. O serviço que roda na avenida do Contorno passará de R$ 5,25 para R$ 6,05, aumento de 15,2%.
Em Contagem, a passagem aumentou antes de o ano virar, e já no domingo (29/12), passageiros pagaram R$ 6,40, aumento de 6,15% em comparação aos R$ 6 anteriores. A tarifa dos ônibus metropolitanos, gerenciados pelo governo do Estado, terá aumento a partir do dia 9 de janeiro, saltando de R$ 7,70 para R$ 8,20, alta de 6,49%.