Até o final de 2025, o governo deve anunciar o aumento do percentual de etanol à gasolina dos atuais 27% para 30%, o chamado E30. A estimativa é do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e foi revelada nesta sexta-feira (25), durante evento do setor sucroenergético de Minas em Uberaba, no Triângulo Mineiro.
A elevação do percentual passou por estudos, entre fevereiro e março, com resultados satisfatórios, conforme Silveira. Os ensaios verificaram a viabilidade, também, de um percentual de 35% de etanol à gasolina. As pesquisas foram conduzidas pelo Instituto Mauá de Tecnologia e os resultados são analisados pelo Ministério.
A possibilidade de misturar o biocombustível derivado da cana à gasolina está prevista na Lei Combustível do Futuro (14.993/ 2024). Segundo Silveira, o avanço na incorporação depende, agora, de uma aprovação do Conselho Nacional de Política Energética.
Os resultados dos estudos, segundo Silveira, foram apresentados à Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), para que não 'houvesse questionamentos'. "Os estudos foram feitos por uma universidade de renome internacional, já estão aprovados, e esse ano ainda nós vamos implantar o E30 para poder crescer ainda mais a indústria do etanol", projetou Silveira.
Estudos
Em janeiro, O TEMPO mostrou que o objetivo dos estudos eram garantir que a mudança na composição da gasolina não resultasse em impactos mecânicos aos automóveis. As informações apuradas durante a pesquisa estão sendo utilizadas para subsidiar o estudo de impacto regulatório.
Nesta etapa, sobretudo, os testes avaliam se os carros terão reações à mistura na ordem de 30%, mas que poderá chegar a 32%. Apenas carros com combustão a gasolina participaram dos estudos. “A ideia é fazer primeiro um teste em pista, utilizando a gasolina E32, vamos testar em um limite superior, porque a legislação admite essa variação de 29% a 32%", disse, à época, o chefe da Divisão de Motores e Veículos do Instituto Mauá de Tecnologia, Renato Romio.
“Você utilizar um veículo a etanol, você tem imensas vantagens em relação à parte ambiental. É possível ter uma redução da emissão de gases de efeito estufa, que a outra alternativa seria utilizar veículos elétricos, que é o caso da Europa”, explicou Renato.
A expectativa inicial era de que motores mais antigos, fabricados há mais de 15 anos, possam não ser compatíveis com a nova composição do combustível. A explicação é de que o etanol em excesso pode causar corrosão em componentes do motor e nas borrachas de vedação, além de provocar falhas na ignição. Em alguns casos, o veículo pode até parar de funcionar.