A pouco mais de uma semana do tarifaço que pode ser imposto ao Brasil pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o diretor de investimentos da CSN, Otto Levy, espera que sejam retomadas as cotas para a siderurgia. A CSN exporta aço (folha-de-flandres) para compradores estadunidenses e pode, caso seja mantida a tarifa de 50%, perder mercado. A folha-de-flandres é usada para produzir latas para alimentos e bebidas.
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“A gente está esperando que alguns produtos fiquem de fora (do tarifaço). No primeiro mandato (de Donald Trump), ele criou cotas, e a CSN tinha uma cota que podia exportar para os Estados Unidos sem pagar taxa”, explicou Levy. No sistema de cotas estabelecido anteriormente por Trump, a siderurgia brasileira podia exportar até 3 milhões de placas e mais 680 mil toneladas de produtos sem tarifas adicionais.
A decisão sobre o tarifaço deve ser tomada no dia 1º de agosto; até lá, não há sinal de plano B. No entanto, o diretor da CSN considera que a própria demanda do país estrangeiro seja a chave para alguma negociação. “Como que o cliente norte-americano vai ficar sem o produto da noite para o dia? A Embraer tem um contrato com a American Airlines de 90 (aviões), onde a American Airlines vai comprar 90 aviões? Até pode comprar da Bombardier no Canadá, mas a compra atrasa porque demora um pouco para fazer avião”, disse.
Mineração manda representante
Na última segunda-feira (21), o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) informou que está planejando o envio de uma missão aos Estados Unidos para discutir uma alternativa à taxa de 50% aplicada por Donald Trump às exportações brasileiras. O assunto foi tratado em reunião com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin.
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