A Usiminas anunciou, nesta sexta-feira (25/7), um investimento de R$ 1,7 bilhão em Ipatinga, no Vale do Aço, até o final de 2029. O aporte será em uma manutenção em uma das baterias da Coqueria 2 da usina da empresa na cidade. O valor foi anunciado em Fato Relevante ao mercado, assinado pelo vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores, Thiago da Fonseca Rodrigues.
De acordo com a Usiminas, do total previsto para os próximos quatro anos, cerca de R$ 80 milhões serão investidos em 2026. “O restante dos investimentos distribuídos até 2029, quando a Bateria 4 entrará em operação. As projeções divulgadas neste documento são apenas previsões e refletem as expectativas atuais da administração em relação ao futuro da Usiminas. Entretanto, tais projeções são dependentes de fatores e condições de mercado que escapam do controle da Companhia, podendo, assim, diferir em relação aos números e resultados a serem efetivamente registrados pela Companhia no ano de 2025”, explica a empresa.
Resultados
A Usiminas também anunciou nesta sexta os resultados dos segundo trimestre de 2025. No período, a companhia apurou uma queda no lucro líquido de 62%, em relação aos primeiros três meses do ano. Os ganhos da empresa entre abril e junho somaram R$ 128 milhões. Apesar de negativo, o resultado reverteu o prejuízo de R$ 100 milhões no mesmo período de 2024.
O presidente da Usiminas, Marcelo Chara, afirma que o resultado da companhia é reflexo das condições concorrenciais do mercado de aços planos no Brasil. “O segmento vem se deteriorando de forma acelerada no segundo trimestre de 2025. Para sua sustentabilidade, é imperativo que as investigações antidumping sobre produtos siderúrgicos, que já demonstraram a prática de dumping e o seu dano à indústria, sejam concluídas com celeridade e que medidas concretas sejam implementadas para sanar essa prática desleal e danosa à indústria e toda cadeia de valor”, afirma.
De acordo com Instituto Aço Brasil, no segundo trimestre deste ano foi registrado um volume recorde de importação de aço, de 1,2 milhão de toneladas. Nos primeiros seis meses, as importações atingiram 2,3 milhões de toneladas, um aumento de 50% em relação ao mesmo período de 2024, e representaram 28% do consumo aparente de aço plano no Brasil. “Todo esse contexto demonstra que o sistema de cotas-tarifa não alcançou o resultado esperado, mesmo com os ajustes implantados em junho”, reforça Chara.
Saúde financeira
Ainda assim, no segundo trimestre de 2025, a Usiminas apresentou uma melhora em sua estrutura de capital, com a alavancagem financeira recuando de 0,71x para 0,50x, refletindo uma gestão mais eficiente da dívida em relação à geração de caixa operacional, segundo a companhia. Essa redução foi impulsionada pela queda de 24% na dívida líquida, que passou de R$ 1,37 bilhão para R$ 1,05 bilhão no período. Além disso, o fluxo de caixa livre atingiu R$ 281 milhões, revertendo o cenário do trimestre anterior, quando havia sido registrada a saída de caixa.
“Apesar de um contexto extremamente desafiador, a Usiminas é uma empresa com capacidade técnica e referência em qualidade, com uma saúde financeira sólida”, ressaltou Chara.