A inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 0,26% em julho, o que significa uma leve aceleração ante a taxa de 0,24% em junho, segundo dados divulgados nesta terça-feira (12/8) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O novo resultado surpreendeu o mercado financeiro ao ficar abaixo do piso das projeções. A mediana das expectativas era de 0,36%, com intervalo de 0,30% a 0,39%. Com o novo resultado, o IPCA desacelerou para 5,23% nos 12 meses até julho. A taxa era de 5,35% até junho, quando o índice confirmou o primeiro estouro da meta contínuo de inflação desde que o modelo entrou em vigor no país, em janeiro.
Nesse sistema, perseguido pelo BC (Banco Central), o alvo é desobedecido quando o IPCA acumulado permanece por seis meses consecutivos de divulgação fora do intervalo de tolerância, que vai de 1,5% (piso) a 4,5% (teto). O centro é de 3%.
O QUE VEM PELA FRENTE?
Em um cenário de trégua do dolla r e alívio de preços agropecuários, economistas vêm reduzindo as projeções para a inflação deste ano. A mediana das estimativas do mercado financeiro caiu a 5,05% para o IPCA de 2025, conforme o boletim Focus, divulgado pelo BC na segunda (11). A expectativa recuou pela 11º semana consecutiva, mas ainda segue distante do teto de 4,5%.
Economistas afirmam que o tarifaço de Donald Trump pode causar reflexos no IPCA. Exportações brasileiras de produtos como café, carnes, pescados, frutas e calçados não escaparam da sobretaxa do governo dos Estados Unidos, em vigor desde quarta (6).
Em um primeiro momento, o tarifaço pode direcionar um volume maior de produtos para o mercado interno, aliviando preços no Brasil. Há, contudo, temor de que a guerra comercial se intensifique, elevando incertezas e pressionando a cotação do dólar.
Uma eventual valorização da moeda americana seria um risco para o IPCA mais à frente, já que o câmbio impacta os custos de empresas.