As vendas da Páscoa de 2023 devem ser bem melhores do que no ano passado, segundo a expectativa de algumas das principais marcas de chocolate do Brasil. A Cacau Show, por exemplo, projeta um crescimento de quase 40% em relação ao ano passado, o que corresponde a 23 milhões de ovos de Páscoa. Para alcançar este resultado, a empresa lançou um novo mix de produtos e fechou parcerias com marcas internacionais como Warner, NBA e Looney Tunes.
A Nestlé também tem expectativa boa para as vendas da Páscoa deste ano. Foram produzidos 12 milhões de ovos de chocolate das marcas Nestlé e Garoto na Fábrica da Garoto, em Vila Velha (ES), um aumento de quase 10% em comparação com o volume produzido em 2022.
A Lacta é outra grande fabricante de chocolates a apostar alto na Páscoa de 2023, após as vendas em 2022 serem as melhores nos últimos 5 anos para a empresa. A expectativa da Lacta é de que a Páscoa deste ano seja ainda melhor, com crescimento de 10% a 15%. No total, a marca contratou 2 mil funcionários para trabalhar na produção e na comercialização dos ovos de chocolate.
No Varejo, a expectativa de vendas também é grande. Em Belo Horizonte, muitos supermercados começaram a comercializar os ovos de chocolate até antes do Carnaval, como as redes Supernosso e Verdemar. Já era possível comprar os produtos 50 dias antes da Páscoa, que neste ano será no dia 9 de abril. Os chocolates também chegaram mais cedo este ano na Drogaria Araújo, famosa por vender de tudo.
Até a Americanas, que enfrenta neste ano a pior crise de sua história com a descoberta de um rombo contábil de R$ 20 bilhões, está com expectativa alta para as vendas da Páscoa. Para garantir os produtos no estoque, a empresa negociou diretamente com os fornecedores e pagou à vista pelos chocolates. A Americanas espera vender mais de 13 milhões de itens relacionados à Páscoa.
“A Páscoa é a confirmação da normalidade das operações da Americanas. Com caixa já estruturado para o evento, foi possível acordar o pagamento à vista e antecipado, abrindo a possibilidade de negociar descontos com os parceiros que solicitaram novas formas de pagamento. Com isso, a empresa espera maior rentabilidade para a data e permanece focada em oferecer a melhor experiência de compra para os consumidores”, explica Aleksandro Pereira, diretor comercial da Americanas.
Para conseguir fornecer tantos ovos de Páscoa, as fábricas de chocolate precisaram contratar cerca de 8 mil trabalhadores temporários, ainda no ano passado, pois a produção começa vários meses antes. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab). No entanto, o número apresentou queda de 7% em relação ao ano passado.
“Entendemos que isso pode estar ligado à crescente multiplicidade de canais de compra, com avanço do comércio por internet (e-commerce), aplicativos e outras tecnologias utilizadas atualmente pelo varejo”, explica Ubiracy Fonseca, presidente da Abicab.
E apesar de muita gente considerar que os fabricantes de ovos de Páscoa artesanais são concorrentes das grandes marcas, o presidente da Abicab lembra que estes pequenos produtores precisam comprar chocolate em barra e cobertura destas empresas para produzirem os ovos.