Base da recuperação econômica após a recessão iniciada em 2014, o consumo das famílias brasileiras cresceu 0,5% no 4º trimestre de 2019, em relação aos três meses anteriores. No ano, a alta foi de 1,8%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O consumo das famílias é o principal componente do PIB sob a ótica da demanda, respondendo por 64,8% do cálculo do indicador. Segundo o IBGE, o crescimento do consumo reflete a melhoria do crédito, o crescimento da massa salarial, a queda dos juros e a liberação de recursos do FGTS, que melhoraram a capacidade de compra do brasileiro.

Confira a análise do editor de economia de O TEMPO Karlon Aredes sobre o crescimento lento do PIB:

O investimento na economia brasileira (a chamada Formação Bruta de Capital Fixo) fechou o segundo ano seguido em alta, de 2,2%, mas apresentou retração no quarto trimestre, quando caiu 3,3%. O componente é formado, principalmente, por construção civil e máquinas e equipamentos.

De acordo com o IBGE, os investimentos na construção civil tiveram alta de 1,9% em 2019, na comparação com o ano anterior. Já as compras de máquinas e equipamentos, que refletem o investimento na indústria, cresceram 0,9%.

A taxa de investimentos, públicos e privados, teve leve aumento passando para 15,4% do PIB, resultado um pouco melhor do que os 15,2% de 2018, que colocavam o país na 166ª posição entre as 172 nações para as quais o Fundo Monetário Internacional (FMI) possui dados. Em 2014, o investimento chegou a 20%, melhor resultado da série histórica iniciada em 1995.

O consumo do governo recuou 0,4% no ano. No último trimestre, subiu 0,4%, em relação ao trimestre anterior. O resultado é influenciado por fatores como números de matrículas nas escolas públicas, internações no Sistema Único de Saúde (SUS) e gastos com salários do funcionalismo.

O último resultado negativo relevante do consumo das famílias na comparação com o período imediatamente anterior foi nos últimos três meses de 2016. Desde então, ele vem puxando o crescimento, ainda lento, da economia.