Cledorvino Belini, diretor presidente da Cemig, anunciou nesta terça-feira (25) um aporte de R$ 300 milhões em geração e distribuição de energia solar no Norte de Minas. Segundo ele, metade desse investimento será feito pela concessionária energética e a outra metade virá da iniciativa privada. A licitação será publicada no começo do próximo mês. “Até o final deste ano, queremos concluir a geração solar de cerca de 60 MW”, afirmou Belini, que acrescentou que o projeto ficará por conta da subsidiária Cemig Geração Distribuída. “A empresa atua em todo o Estado, mas há mais oportunidades no Norte de Minas Gerais”, acrescentou ele.

O anúncio foi feito nesta terça-feira em debate público realizado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), com a presença de representantes do Ministério de Minas e Energia (MME), da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Em coletiva, o presidente da Cemig também disse que a empresa tem como meta atingir 1 GW em geração distribuída num futuro próximo. “Vamos tentar num prazo muito curto. São R$ 5 bilhões de investimento, e é onde estamos fazendo as parcerias com a iniciativa privada”, disse Belini.

Pela geração distribuída, quem instalar painéis fotovoltaicos pode enviar a energia produzida para a rede. O plano é que a Cemig invista principalmente nas linhas de transmissão, para entregar energia em pontos como lojas, supermercados e pequenas indústrias.

Segundo o presidente da Comissão Extraordinária das Energias Renováveis e dos Recursos Hídricos da ALMG, o deputado Gil Pereira (PP), os leilões da Aneel para transmissão podem ajudar o Estado, que é o líder na produção do tipo, a atrair ainda mais recursos do setor. Pereira citou uma subestação de 1 GW, planejada para ficar pronta entre 2021 e 2021, na cidade de Janaúba, que está à espera do próximo leilão da Aneel, marcado para o dia 28. “Há outro projeto de 750 MW e outro de 570 MW. São mais de R$ 10 bilhões a curto prazo”, disse, citando a importância de mais usinas de biomassa, biogás e eólica no Estado.

Privatização não vai afetar projetos

Na visão do diretor presidente da Cemig, Cledorvino Belini, o projeto de privatização da empresa, que é parte do plano de recuperação fiscal do Estado, não deve afetar os investimentos na área de energia renovável. “Se a Assembleia Legislativa aprovar (a privatização), se todo o modelo for aprovado, sem dúvida nenhuma a geração distribuída será um grande ativo para a venda”, afirmou.

Líder na geração distribuída de energia, Minas Gerais responde por 21% de toda a potência instalada no país. Com 17.324 empreendimentos energéticos, o Estado tem uma capacidade bruta de 223,14 MW a partir de fontes renováveis – no Brasil, a potência instalada é próxima de 1 GW.

Além dos projetos pontuais no Norte de Minas, a empresa prevê, para os próximos quatro anos, um investimento de R$ 8,3 bilhões – dos quais aproximadamente R$ 6 bilhões serão empregados na distribuição. “A tecnologia da Cemig é a melhor do Brasil. Somos os melhores em geração e transmissão”, disse o executivo.

Na mesma linha, o deputado Gil Pereira acredita que a empresa continuará atraindo investidores. “Independentemente de a Cemig ser estatal ou privada, continua o interesse do setor privado para esses investimentos”, disse o parlamentar, que afirmou que a legislação estadual facilita a implementação. “O próprio governador Zema já determinou às secretarias de Desenvolvimento Econômico (Sedectes) e do Meio Ambiente (Semad) que deem celeridade a esses projetos, porque geram muito emprego e causam baixo impacto”.