O belo-horizontino Joel Ayres era estagiário de uma empresa de ar-condicionado e, ao se formar, foi contratado como engenheiro. Depois de três meses, foi demitido e, em janeiro de 1991, decidiu montar a Jam, com Américo André Júnior. “Comecei a caminhada com meu sócio (ex-fiscal da empresa em que trabalharam juntos), e graças a Deus minha sociedade deu certa, e estamos sobrevivendo com o mesmo CNPJ”, conta Ayres.

De uma história inicial sem sala própria e funcionamento no subsolo do Hospital Universitário São José, que foi o primeiro contrato da empresa, Ayres compara a trajetória do Grupo Jam a um trabalho de formiguinha.

Formada por quatro empresas – Jam Engenharia, de instalação de ar-condicionado; Jam Soluções Prediais, de manutenção em ar-condicionado predial; Jam Rental, de aluguel de aparelho de ar-condicionado de maior porte; e Jampar, de investimento imobiliário com parceiros construtores –, a companhia tem cerca de 1.300 funcionários e faturou R$ 180 milhões em 2018 colecionando grandes obras. “Há três anos, fizemos as arenas olímpicas, o parque aquático e vários hotéis”, destaca Ayres, referindo-se à refrigeração dos ambientes.

O segmento de atuação da Jam Engenharia é a montagem de um sistema que gera o ar frio por meio de tubos e leva para os locais e, através de intercambiadores de calor, há a troca do calor para esfriar o local. “Então, 90% do nosso mercado são obras com sistemas centrais que gerarão o condicionamento no local. É um sistema projetado; na maioria das vezes, recebemos projetos prontos e os adequamos aos locais e damos a manutenção”, informa.

Fusão e sinergia. Agora, o grupo mineiro está fazendo a fusão de parte de um de seus negócios com uma empresa de São Paulo. Trata-se da venda de 60% da empresa de manutenção da Jam com o Grupo GPS, que tem 63 mil funcionários e atua na área de conservação e limpeza. “Vamos tentar ter uma sinergia da parte de manutenção da empresa com a parte de conservação e limpeza para os clientes. Vendemos 60% da empresa de manutenção, e o restante continua com o Grupo Jam”, diz.

O executivo explica que, se não fizer a fusão, não consegue expandir a empresa, principalmente para mercados como o de São Paulo. “Porque São Paulo é um mercado muito específico. Eles são muito profissionais e se privilegiam muito. Então, achamos melhor estar junto do que ir separado”, avalia Ayres.

Esgoto. A Jam dá manutenção no ar-condicionado, nas partes elétrica e civil, e no esgoto a vácuo da Cidade Administrativa, sede do governo de Minas, que tem a maior central a vácuo do mundo.

Clientes diversos

- O Grupo Jam participou da obra do Hospital Mater Dei Betim-Contagem instalando o primeiro sistema de Minas Gerais que usa um bombeamento de primário variável. O objetivo é consumir menos energia e diminuir o custo do hospital com o consumo do ar-condicionado que representa de 50% a 60% de uma conta de luz.

- Em dezembro de 2018, a Jam passou a fazer a manutenção das 160 lojas do Grupo Pão de Açúcar no Rio de Janeiro cuidando do ar-condicionado, das câmaras frigoríficas, câmaras frias e a parte elétrica dos supermercados.

- A Jam faz a manutenção do ar-condicionado da Aperam (antiga Acesita). A Usiminas também é cliente da Jam.

- “Hoje, a área de manutenção conta com mais de mil funcionários onde nós englobamos todas as outras especialidades além do ar-condicionado. Nossos técnicos entendem da parte elétrica e da parte hidráulica”, diz Joel Ayres.

Minientrevista

Joel Ayres
Presidente da Jam Engenharia


Pretende expandir a Jam Engenharia?

Pretendo. Mas eu acho que o ano econômico só começará após a reforma da Previdência. Hoje, muita movimentação, pouca efetivação. Não enxergo nada de palpável antes (da reforma).

Se a reforma não passar, como vai ficar o país?

Se ela não passar, eu falo a mesma coisa que eu falei se o (Fernando) Haddad ganhasse a Presidência (eu não sei o que vai acontecer). É triste. É só tragédia. Estamos com tragédias semanais.

Para você, o que aconteceu no caso do ar-condicionado do Flamengo, na tragédia que vitimou dez pessoas?

O ar-condicionado foi só o estopim daquilo. Se não existisse aquela espuma que propagasse e gerasse aquela fumaça, o ar-condicionado ia pegar o fogo dele ali, ia apagar e pronto.

Então, o ar-condicionado levou a culpa?

Sim, o ar-condicionado leva a culpa. Esses clubes contratam pedreiros, eletricistas e refrigeristas de fim de semana para dar manutenção. Esquecem que tem uma lei que tem que ter a limpeza e uma periodicidade. Então, eu volto a frisar: o ar-condicionado não é vilão desde que cuide bem e trate bem e contrate uma empresa de manutenção capaz de dar um bom tratamento ao seu ar.