Combustíveis

Petrobras anuncia reajuste de preços da gasolina e do diesel

A partir deste sábado (18), gasolina vai subir 5,2% e diesel 14,2% na refinaria para a distribuição; postos já devem repassar aos consumidores

Por O TEMPO
Publicado em 17 de junho de 2022 | 10:23
 
 
 
normal

A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (17) nova alta nos preços da gasolina e do diesel vendidos às distribuidoras, a partir deste sábado (18 de junho). O último reajuste do diesel ocorreu em 10 de maio. Já a última alta no preço da gasolina havia sido em 11 de março - há 99 dias. 

O preço médio de venda de gasolina da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro (5,2%). Uma alta de R$ 0,20 por litro.

Para o diesel, preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro (14,2%). Uma alta de R$ 0,70 por litro.

Na justificativa, a estatal disse que busca “equilíbrio dos seus preços com o mercado global” e ressalta que “é importante reforçar que a Petrobras é sensível ao momento em que o Brasil e o mundo estão enfrentando e compreende os reflexos que os preços dos combustíveis têm na vida dos cidadãos”. 

 Após resistir a pressão do governo, a Petrobras anunciou os reajustes, alegando que o mercado de petróleo passou por mudança estrutural e que é necessário buscar convergência com os preços internacionais.

Na quinta (16), o conselho de administração da companhia rejeitou pedido do governo para evitar reajustes, defendendo que a definição de preços é atribuição da diretoria executiva. A reunião havia sido convocada a pedido do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.

O pedido foi uma última cartada do governo para tentar evitar o aumento em meio ao esforço para aprovar um pacote de medidas para tentar reduzir os preços, que, segundo o presidente Jair Bolsonaro (PL), poderia baixar os preços da gasolina e do diesel em R$ 2 e R$ 1 por ltiro, respectivamente.

Na quarta (15), o Congresso concluiu a votação de projeto de lei que estabelece um teto para alíquotas do ICMS sobre os combustíveis, que pode reduzir o preço médio da gasolina em R$ 0,657 por litro, segundo projeção do consultor Dietmar Schupp.

Na semana que vem, o Congresso debate a chamada PEC dos combustíveis, que autoriza o governo a zerar impostos federais sobre a gasolina e compensar estados que se dispuseram a reduzir o ICMS sobre o diesel e o gás de cozinha.

Logo após a reunião do conselho, a Petrobras foi alvo de ataques de Nogueira e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
O ministro pediu um "basta" e disse que a empresa "não pode abandonar os brasileiros na maior crise do último século". O deputado disse que a empresa está em "estado de guerra" contra o Brasil e comparou reajustes ainda a "um bombardeio".

Também na quinta à noite, em sua live semanal, Bolsonaro disse que um novo reajuste no preço dos combustíveis teria "interesse político para atingir o governo federal". Na manhã desta sexta, ele voltou a criticar a empresa.
"A Petrobras pode mergulhar o Brasil num caos. Seu presidente, diretores e conselheiros bem sabem o que aconteceu com a greve dos caminhoneiros em 2018, e as consequências nefastas para a economia do Brasil e a vida do nosso povo."

Em nota divulgada nesta sexta, a Petrobras disse que "é sensível ao momento em que o Brasil e o mundo estão enfrentando e compreende os reflexos que os preços dos combustíveis têm na vida dos cidadãos" mas que o mercado global de energia está "em situação desafiadora".

"Com a aceleração da recuperação econômica mundial a partir do segundo semestre de 2021 e, notadamente, com o início do conflito no Leste Europeu em fevereiro de 2022, tem-se observado menor oferta e maior demanda por energia, com aumento dos preços e maior volatilidade nas cotações internacionais".

A companhia afirmou ainda que, com os reajustes, "reitera seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado, ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato para os preços internos da volatilidade das cotações internacionais e da taxa de câmbio". (Com Folhapress)

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!