A Petrobras anunciou, nessa quinta-feira (28), mais um lucro recorde de sua atividade. Só referente ao segundo trimestre deste ano, a estatal vai dividir R$ 87 bilhões de dividendos entre seus acionistas. Mas, como esse dinheiro é dividido?
De acordo com o site da própria empresa, a composição acionária é repartida entre oito atores. Três deles estão diretamente ligados à União: o governo federal tem direito a 28,67% do lucro, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a mais 1,04% e a BNDESPar (empresa criada para administrar as participações detidas pelo BNDES) tem uma fatia de 6,9%.
Portanto, no total de 36,61% das ações, a União leva R$ 31,85 bilhões do lucro da Petrobras entre abril e junho.
Uma fatia considerável também vai para acionistas do mercado financeiro: 19,95% para ações negociadas na Bolsa de Valores de Nova Iorque e 24,78% para ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo por investidores estrangeiros. No total, cada um deles leva, respectivamente, R$ 17,35 bilhões e R$ 21,55 bilhões pelo exercício do segundo trimestre.
As pessoas físicas que investem na Petrobras, os chamados investidores institucionais, recebem 8,36% do lucro. Portanto, tiveram direito a uma fatia de R$ 7,27 bilhões entre abril e junho. Há, ainda, repasse de 1,26% desse montante de R$ 87 bilhões ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) dos servidores da estatal, o que total R$ 1,09 bilhões.
Já o varejo em geral leva 9,04% do lucro da companhia, portanto R$ 7,86 bilhões do líquido do segundo trimestre.
Em nota, a Petrobras esclareceu que o dividendo proposto, apesar do valor recorde, está alinhado à “Política de Remuneração aos Acionistas, que prevê que, em caso de endividamento bruto inferior a US$ 65 bilhões, a Companhia poderá distribuir aos seus acionistas 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e as aquisições de ativos imobilizados e intangíveis (investimentos)”, informou.
A estatal também justifica que a aprovação do valor é compatível com a sustentabilidade financeira da companhia no curto, médio e longo prazo. O Conselho de Administração da empresa ainda alega que o valor está alinhado ao compromisso “de geração de valor para a sociedade e para os acionistas, assim como às melhores práticas da indústria mundial de petróleo e gás natural”.