Triângulo

Uberaba e Uberlândia já fazem testes para uso da tecnologia 5G

Instabilidade no uso do 3G e do 4G em algumas regiões é uma das dificuldades para nova rede

Por Cinthya Oliveira e Simon Nascimento
Publicado em 08 de janeiro de 2022 | 03:00
 
 
 
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A rede 5G, vista por muitos como uma possibilidade de conexão mais veloz e eficiente no futuro, já é realidade em duas cidades mineiras.

Uberaba e Uberlândia, no Triângulo Mineiro, deram início, em 15 de dezembro, aos testes para implantação do sinal em alguns bairros dos municípios.

Apesar do início da operação, a nova tecnologia só será realidade para toda a população de Minas Gerais em 2029, conforme previsão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Outras dificuldades para a instalação da nova tecnologia no Estado é a instabilidade ainda enfrentada pela população no uso das redes 3G e 4G em algumas regiões e a necessidade de aprovação de leis para ordenar a instalação das antenas nas cidades, na avaliação de especialistas.

A oferta do 5G ocorrerá primeiro nas capitais e no Distrito Federal e demais cidades com população superior a 30 mil habitantes.

Em segundo plano será a vez dos municípios que têm menos de 30 mil pessoas morando em seu território.

Nos testes que estão sendo feitos em Uberlândia e Uberaba, 35 bairros são contemplados. A Algar Telecom, responsável pelo processo, informou que o sinal está liberado para uso comercial na frequência 2,3 GHz. Os clientes com aparelhos compatíveis com a quinta geração vão experimentar a nova tecnologia.

No leilão realizado pelo Ministério das Comunicações para venda das frequências do 5G, foram arrecadados R$ 47,2 bilhões. As empresas vencedoras do certamente devem cumprir regras e prazos que foram distribuídos entre julho de 2022 até julho de 2029. 

O engenheiro e professor da PUC Minas Luciano Assirio Bossi afirma que as empresas não terão problemas em adquirir equipamentos e talvez não encontrem problemas na colocação de novas antenas, devido à possibilidade de utilização da lei federal (regulamentada ano passado pelo presidente Jair Bolsonaro), que pode se sobressair às regras municipais. 

Mesmo assim, ele acredita que vai ser um grande desafio para as empresas conseguirem oferecer uma ampla cobertura rapidamente.

“O próprio 4G não tem cobertura na cidade inteira, tem alguns pontos em que o sinal não existe. E a implantação do 5G vai ter mais desafios, porque uma frequência acima de 3 GHz é muito prejudicada por obstruções”. 

Segundo ele, as operadoras certamente vão atender primeiramente os bairros onde há maior demanda – as regiões centrais e mais nobres –, mas não vão poder deixar de lado o compromisso firmado durante o leilão do 5G para oferecer uma cobertura mais ampla.

Mudanças do 5G para o 4G serão pequenas, diz especialista

Para o professor Luciano Assírio Bossi, muitos usuários não vão sentir muita diferença entre a quinta geração e o 4G. O docente acredita que o valor cobrado aos usuários não deve ficar mais caro, devido à grande concorrência do setor. Para as empresas, o mais importante é faturar em cima do volume de clientes. 

“Esse é um mercado muito lucrativo. O governo ganha muito porque os impostos são altíssimos e as empresas ganham demais porque a comunicação se tornou algo muito importante no orçamento das famílias”. 

Outro impacto direto aos consumidores será com a necessidade de atualização de smartphones e demais equipamentos.

“O usuário comum vai ter que trocar o aparelho e as opções não são baratas. E o benefício da mudança na taxa de dados é para poucas aplicações. Os usuários de jogos é que devem sentir melhor as mudanças, porque são os mais beneficiados pela latência menor”, diz o professor. 

Implantação do 5G vai depender das empresas vencedoras do leilão

O gerente executivo de educação continuada do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), Frederico Trindade, diz que as empresas vencedoras do leilão feito pelo governo federal vão cumprir todos os prazos para a operação do 5G no país. 

Ele diz que os problemas de sinal de 3G e 4G em algumas localidades se deve à instalação de antenas atrás de vales e montanhas. 

Trindade ainda reforça que todas as empresas têm o interesse de implantação da nova tecnologia, até mesmo por ganhos mercadológicos. 

“O 5G, assim como as outras tecnologias, está sendo construído para ser massificado. Traz um benefício gigantesco de uma rede com altíssima velocidade e baixa latência, com tempo de resposta eficiente para facilitar soluções”, avaliou. 

O representante do Inatel ainda diz que as empresas devem cumprir regras antes mesmo da aprovação de leis municipais para ordenar a instalação de antenas

A Claro informou que o 5G será importante para usos em diversos setores da economia como a indústria, agricultura, saúde, educação, entretenimento e cidades inteligentes.

A Tim destacou que está em fase de investimentos em infraestrutura para que a tecnologia esteja disponível em todas as capitais brasileiras e Distrito Federal.

A operadora ainda reforçou que tem como missão levar, até dezembro de 2022, o sinal 4G a todos os 853 municípios mineiros.

A Vivo, por sua vez, acredita que o 5G vai alterar a forma de viver da população e os negócios. 

A empresa de telefonia informou que, para a massificação da rede 5G, será preciso organizar o ecossistema que orbita a internet de quinta geração. 

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