Combustíveis

Vilã da inflação em março, gasolina sobe 7,2% em Minas Gerais

No acumulado do ano, combustível já registrou aumento de 12,1% no Estado


Publicado em 11 de abril de 2023 | 16:52
 
 
 
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Os combustíveis, em especial a gasolina, foram os maiores responsáveis pelo aumento da inflação no país em março. Com a volta parcial dos impostos federais (Pis e Cofins), o preço do litro da gasolina subiu 8,3% no mês e o etanol ficou 3,2% mais caro. 

Estes reajustes ajudaram o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) a subir 0,71%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta terça-feira (11). Segundo o IBGE, dos nove grupos de produtos e serviços avaliados, oito apresentaram elevações de preços no mês passado, mas com índices bem inferiores aos dos combustíveis.

A única baixa foi nos artigos de residência, com um recuo de 0,27% em março provocado pela diminuição de preços de eletrodomésticos e equipamentos como televisão e computador. 

“O IPCA em março teve um resultado muito melhor e menor do que o esperado, que era em torno de 0,77%. Esse número só não foi melhor por causa dos combustíveis, que como tiveram a sua reoneração já dentro da programação resgatada, tiveram um aumento”, avalia Carla Beni, economista e professora de MBAs da Fundação Getúlio Vargas (FGV). 

Confira neste link a pesquisa completa do IBGE sobre a inflação em março no Brasil. 

Preço da gasolina em Minas

Em Minas Gerais, o preço do litro da gasolina subiu 7,2% no mês de março, na comparação com fevereiro. Em 2023, a alta acumulada é de 12,1% no Estado. Mas nos últimos 12 meses, o combustível ficou 26,6% mais barato. Em Minas, o litro da gasolina custa, em média, R$ 5,45. 

Os dados regionalizados também foram divulgados nesta terça-feira, na edição de abril do Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade, realizado pela Veloe, empresa de mobilidade e logística, em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). 

Preço da gasolina no Brasil

Em março, o preço médio da gasolina comum ficou em R$ 5,58 nos postos do Brasil, contra R$ 5,12 na média do mês de fevereiro, alta de 8,3% e de 12,2% no acumulado do ano.

No mês, a região com a gasolina mais cara do país foi a Norte, onde o valor ficou em R$ 5,92 - um aumento de 10,8% em relação ao mês anterior. Já a região Sudeste apresentou o preço médio mais baixo, de R$ 5,43. 

O Estado com a gasolina mais barata, no entanto, é o Amapá, com o litro vendido a R$ 5,26. A mais cara fica no Amazonas: R$ 6,51.

Economista da Fundação Getúlio Vargas, Carla Beni acredita que a tendência é que os preços fiquem mais estáveis no país a partir de agora. “Para os próximos meses, espera-se uma certa estabilidade com relação à questão dos combustíveis, porque você tem um impacto maior no mês da reoneração, a não ser que haja alguma exceção específica de um excesso de aumento da cotação internacional do petróleo, mas não há nada programado”, explica Beni.

Por outro lado, o estrategista-chefe da Acqua Vero Investimentos, Antonio van Moorsel, aponta alguns fatores que, para ele, podem fazer o preço da gasolina disparar neste ano.

“Primeiro, há intenção do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de retomar a cobrança integral dos impostos federais (a reoneração anunciada em fevereiro foi de 75%) até o fim deste semestre. Em segundo lugar, a defasagem no preço médio da gasolina, que está 7% abaixo da paridade de importação e, portanto, abre espaço para a Petrobras aumentar o preço do combustível em R$ 0,25 por litro, que está sem reajuste há 42 dias. E ainda tem a nova alíquota fixa de R$ 1,22 por litro para o ICMS estabelecida pelos Estados”, analisa Moorsel. 

O especialista teme ainda que a redução na produção de barris de petróleo até o fim do ano no mundo, anunciada pela Arábia Saudita e outros países produtores no início de abril, também possa fazer o combustível ficar mais caro em 2023. 

Em contraponto, Moorsel acredita que o governo federal vai tentar aproveitar esta tendência de alta da gasolina para "abrasileirar" o preço do combustível, com intervenções na política atual da Petrobras. 

Etanol

Ainda segundo a pesquisa sobre os combustíveis, o litro do etanol custa R$ 3,93 em Minas Gerais e abastecer com gasolina ou álcool é indiferente para o consumidor. 

A conta realizada pela Fipe leva em consideração a porcentagem do preço do etanol em relação à gasolina. Entre 70% e 75%, a escolha não faz muita diferença. Quando o preço fica menor do que 70%, a vantagem é abastecer com etanol. 

Qualquer valor acima de 75% já coloca a gasolina como opção mais vantajosa.

Diesel

Também de acordo com o levantamento da Fipe, o preço do litro do diesel custa R$ 5,91 em Minas Gerais, abaixo da média nacional, que ficou em R$ 5,93 em março.  

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