Após muitas especulações e rumores, a Globo confirmou, nesta segunda-feira (1º/9), a saída de William Bonner do "Jornal Nacional", encerrando uma era de 29 anos. O anúncio acontece no dia em que se comemora os 56 anos do telejornal, que inicia a despedida de seu mais longevo apresentador, e dá as boas-vindas a César Tralli, que formará dupla com Renata Vasconcellos na bancada.

Há algum tempo circulava a notícia de que Bonner desejava sair do "JN" para desacelerar, uma vez que acumulava as funções de âncora e de editor-chefe do telejornal, o que demandava muito tempo. O jornalista expressou essa vontade diretamente à Globo em 2020 e, nesses cinco anos, ele e a emissora começaram a traçar a sua substituição. "Bonner manifestou desejo de abrir mão de funções executivas e da atuação no jornalismo diário para ter mais tempo para sua família e atividades pessoais", informou a Globo.

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"Foram cinco anos, desde a minha primeira conversa com a direção do jornalismo sobre o desejo de reduzir a carga horária e as responsabilidades exigidas pela chefia e pela apresentação do JN", afirmou Bonner. "Alguns números ajudam a explicar meu desejo e minha necessidade de mudar de ritmo. São 29 anos e quatro meses de JN. Exatos 26 anos como chefe da equipe de editores, comandando reuniões, avaliando pautas, planejando edições, apresentando as notícias a milhões. Nesse período, tornei-me pai, vi minhas crianças acharem que se tornaram adultos. Mudaram de endereço, até de país", explicou o jornalista. 

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Nos bastidores, há algum tempo, circulava a informação de que Bonner não queria participar de mais uma cobertura eleitoral e ser hostilizado, como aconteceu nas duas últimas eleições presidenciais - ele chegou a ser ameaçado de morte. 

Bonner seguirá no "Jornal Nacional" até o dia 3 de novembro e, em seguida, sairá de férias. Ele voltará ao ar em 2026, em outro projeto: o jornalista estará ao lado de Sandra Annenberg no "Globo Repórter". 

"Ser recebido pelo Globo Repórter me deixa honrado e gratíssimo. Todos os meus amigos me ouviram falar do sonho de integrar essa equipe quando pudesse deixar o JN. De todos os programas do jornalismo já existentes quando cheguei à Globo, é o único em que nunca atuei, nem interinamente, em 39 anos. Lembro quando a Sandra Annenberg chegou lá. Amiga de décadas, cúmplice do meu sonho, que era dela também, Sandra me mandou mensagem carinhosa: ‘Cheguei antes, amigo. Te espero aqui!’ Ano que vem, estaremos juntos por lá", comentou Bonner.