Novinho em folha

Após seis anos fechado, Museu Regional de Caeté reabre as portas

Depois de reforma estrutural, espaço cultural retoma atividades e exibe seu acervo datado dos séculos XVIII e XIX

Por Rafael Rocha
Publicado em 17 de maio de 2019 | 18:26
 
 
 
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Foram seis longos anos de portas fechadas, mas finalmente o Museu Regional de Caeté, na região metropolitana de Belo Horizonte, retoma seu funcionamento neste sábado (18).

Problemas estruturais levaram o imóvel a fechar em outubro de 2012, e, a partir disso, o belo sobrado histórico, construído no final do século XVIII, teve que passar por uma restauração integral. Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o imóvel teve suas paredes de adobe refeitas, utilizando a mesma técnica do século XVIII. Conferir essas camadas restauradas é uma das atrações do museu, que possibilita ao visitante ver o trabalho ao utilizar o elevador panorâmico recém-instalado na edificação de três pavimentos.

“É uma felicidade para a comunidade (reinaugurar o museu). Todos estamos superfelizes, e para a cidade vai ser um presente receber um museu restaurado. É um privilégio”, comemorou a diretora Sônia Maria.

Repleto de mobiliário de época e objetos de cultura popular, o museu conta a história da formação da região de Caeté, sua religiosidade e os modos de vida dos séculos XVIII e XIX.

Além das boas novas na estrutura física, merece celebração a implantação de uma reserva técnica, espaço fundamental em qualquer estrutura museológica, mas que ainda não havia em Caeté. A área é destinada a garantir a preservação dos objetos do acervo que não estão em exposição.

A instalação de equipamentos de prevenção e combate a incêndio, além de equipamentos de circuito fechado de TV, é outra inovação a ser festejada pela comunidade.

O acervo propriamente dito é o mesmo em sua grande maioria e conta com 355 peças, mas uma nova expografia também pretende deixar a visitação mais agradável e didática. Uma das peças de destaque é a montagem quase completa da capela de São Manoel do Peti, datada do século XVIII, cujo prédio foi inundado por barragem da Cemig na década de 40, conforme explicações da diretora. 

Novas parcerias devem engordar o acervo. Imagens sacras do século XVIII e uma espada em ferro do século XVII já chegaram do Museu do Ouro, em Sabará. Outras obras virão em breve do Museu da Inconfidência, em Ouro Preto.

A restauração do Museu Regional de Caeté custou R$ 2,7 milhões, custeados pelo Fundo Nacional de Cultura. O museu é vinculado ao Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), órgão atualmente ligado ao Ministério da Cidadania do governo federal. A cerimônia de reabertura acontece às 14h30.

Museu do Ouro homenageia escritor Aníbal Machado

O sábado também será dia de atividades no Museu do Ouro, em Sabará. A programação se concentra em homenagear o escritor Aníbal Machado, sabaraense considerado um dos principais contistas brasileiros.

Às 19h30, uma palestra ministrada pelo professor Marcos Vinícius Teixeira aborda o tema “Experiência e cultura popular: O modernismo de Aníbal Machado”. Em seguida é realizada leitura dramática do conto 'A Morte da Porta-Estandarte'. As atividades integram a Semana Nacional de Museus, promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), e acontecem na Casa Borba Gato, anexo ao prédio. 

Situado na região metropolitana de Belo Horizonte, o espaço cultural completou 73 anos anteontem e ganha de presente, hoje, um site – o local não possuía endereço eletrônico –, onde estará disponível o acesso online de parte do acervo. A abertura para visitação dos jardins da Casa Borba Gato deve acontecer em breve, conforme o diretor Paulo Nascimento.

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