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Forno da Saudade, em BH, resgata a tradição dos vinhos em garrafão

Projeto valoriza o antigo e popular vasilhame para transportar os vinhos de alta qualidade

Por Lorena K. Martins
Publicado em 19 de outubro de 2023 | 14:52
 
 
 
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Para celebrar o seu primeiro ano de existência, a pizzaria Forno da Saudade, que pertence ao grupo Viela, lançou o projeto “A Volta do Garrafão”. Criada pelos sócios Samuel Viterbo, Rafael Quick, Marcelo Silva, Luiz Furiati e Henrique Gilberto, a ação resgata o antigo e popular vasilhame de cinco litros - que, ao longo dos anos, virou sinônimo de bebida de baixa qualidade - para armazenar e transportar os vinhos de alta qualidade selecionados a dedo.

“Decidimos resgatar parte da história do vinho no Brasil para mostrar que um produto  popular também pode ter qualidade. Desta forma, valorizamos a cultura tradicional e estimulamos o empreendedorismo”, afirma Rafael Quick, diretor de marketing do grupo, que tem à frente da área gastronômica o chef Henrique Gilberto.

O vinho servido no vasilhame de vidro - que chegará ao público com o mesmo gradeado plástico usado antigamente - o grupo mineiro firmou parceria com a empresa familiar Valparaíso Vinhos e Vinhedos, do Rio Grande do Sul.

Sob a gestão de Arnaldo Antonio Argenta, a vinícola resgata o modelo de produção artesanal usado pelos primeiros imigrantes italianos estabelecidos na serra gaúcha para gerar os três primeiros rótulos do projeto: os monovarietais das uvas isabel, rondinella e torrontés.

Todos os vinhos do projeto “A Volta do Garrafão” poderão ser degustados no Forno da Saudade em taça, garrafas de 750 ml e, claro, nos saudosos garrafões de cinco litros.

Veja os rótulos:

Isabel
Cultivada em sistema de coberto, com agricultura sustentável, a casta mais fundamental na história e sustento da viticultura do Brasil, mas muitas vezes desvalorizada, ganha novo significado com o tratamento especial dado pela Valparaíso. Não à toa, é o carro-chefe da nova ação do Forno da Saudade. Com aroma de frutas vermelhas frescas, boa acidez e baixa complexidade, é perfeito para harmonizar com pratos do dia a dia, queijos leves, canapés e aperitivos.

 

Rondinella
A uva de origem italiana normalmente utilizada no Amarone della Valpolicella, juntamente com as cepas corvina e molinara, chega em caráter inédito nessa criação da Valparaíso: em caráter solo e, ainda por cima rosé, o que lhe concede cor alaranjada. Vinificado naturalmente com leveduras selvagens, sem correção e não filtrado, tem aroma frutado onde se destacam notas de cereja, morango e melancia. Em boca, traz boa acidez levemente cítrica e persistência, resultando em um vinho muito gastronômico, que combina com pratos à base de frutos do mar e frango grelhado, massa a carbonara e sobremesas.

Torrontés
Originada do cruzamento entre a moscato alexandria e a criolla chica, a uva torrontés possui três cepas distintas, sendo a riojano - usada neste varietal da Valparaíso - a mais aromática de todas. Daí este rótulo ter ganhado o apelido de “vidrinho de perfume”. Produzido com leveduras selvagens, sem correção ou filtragem, este vinho traz notas de flor de laranjeira e rosas, maçã-verde, chá de camomila e um delicioso e leve toque de mel. Com boa mescla de frescor com cremosidade, é um vinho de boa acidez e persistência em boca, que expressa fielmente toda a tipicidade da uva e do terroir. Por contraste, funciona muito bem com pratos picantes.

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