Solução imediata?

Estilo de vida ainda é maior desafio contra obesidade

Sedentarismo, falta de tempo e comida ultraprocessada agravam o problema


Publicado em 18 de outubro de 2019 | 06:00
 
 
 
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Os alertas são muitos. Na última semana, um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) demonstrava que, em uma década, os índices de obesidade cresceram em todo o mundo e de forma mais acelerada no Brasil. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) asseverou que países latinos sofrem do que classificou como uma epidemia da doença. No ano passado, uma pesquisa do Ministério da Saúde constatava que mais da metade da população brasileira estava em situação de sobrepeso – e quase um quinto estava obesa.

A ampliação desse problema de saúde pública “é sintoma de um modo de vida contemporâneo, em que se avolumam comportamentos de risco – como o sedentarismo e as dietas desreguladas”, analisa o nutricionista Tales Vieira, que é um dos participantes de um ciclo de palestras sobre o tema promovido ontem na UFMG. O profissional reconhece que, pela falta de tempo, os alimentos ultraprocessados tornam-se opção, “pois são baratos e fartamente encontrados”. 

Vieira, todavia, acredita que há, sim, alternativas saudáveis que podem ser adaptadas ao dia a dia. Ele lembra, ainda, que não trata-se apenas um distúrbio nutricional. 

A obesidade, que é classificada como uma doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é fator de risco para várias outras complicações – como problemas de mobilidade, o desenvolvimento da diabetes e da hipertensão. E, também por isso, deve ser enfrentada por diversas frentes, diz Vieira.

Promovido pela Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO), pelo Laboratório de Avaliação de Carga (Lac) e pelo Laboratório de Fisiologia do Exercício (Lafise), o evento, que contou com a presença do nutricionista, reforça o caráter multidisciplinar do estudo e tratamento da obesidade. 

Começando no final da tarde, o ciclo de palestras era aberto ao público e tinha como tema “Conhecendo e combatendo a obesidade”.

“Se inscreveram estudantes, pesquisadores e também pessoas da comunidade, que estão interessadas em conhecer e também em buscar ajuda”, examina Dawit Gonçalves, professor da Escola de EEFFTO e um dos organizadores do evento. De acordo com um levantamento dele, 26% dos participantes se declararam obesos, 10% disseram não ter certeza. 

O método mais popular de diagnóstico da doença é o Índice de Massa Corporal (IMC): se ficar entre 25 e 30, há sobrepeso. Acima disso, a situação é de obesidade. Mas, se o diagnóstico é simples, o tratamento ideal é complexo e envolve fatores “psicológicos, ambientais, sociais, nutricionais, genéticos...”, avalia Gonçalves. 

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