O japonês Jiro Murai nasceu em uma família de médicos com recursos financeiros, mas nada disso foi suficiente para curá-lo de uma enfermidade terminal. Aos 26 anos, já muito doente, decidiu ir sozinho para as montanhas aguardar a morte. Pediu que os familiares retornassem no oitavo dia.
“Nesse período, lembrou-se de sábios que meditavam em jejum segurando os dedos em posturas específicas (mudras) e decidiu fazer o mesmo. Percebia que durante alguns exercícios seu corpo esquentava e, em outros, esfriava. Em dado momento sentiu que seu corpo esquentou tanto que parecia uma bola de fogo. Perdeu a consciência e, quando acordou, percebeu-se diferente”, explica a fisioterapeuta Fábia Freitas.
Murai conseguiu se levantar e caminhar e percebeu que estava curado. A partir daí, ele estudou exaustivamente, compilou informações, desenhou o fluxo energético sentido no próprio corpo, participou como observador de aulas de anatomia e começou a atender a população de rua doente.
“Os resultados positivos de seu método chamaram a atenção da família imperial do Japão, que o chamou para curar um de seus membros. Ele ficou à disposição durante alguns anos no palácio, e, em gratidão, o imperador disse que ele poderia pedir o que quisesse. Ele desejou ter acesso irrestrito à Biblioteca Imperial”, relembra Fábia, que desde 2010 é praticante e facilitadora autorizada de cursos de autoaplicação pela Jin Shin Jyutsu Inc. Scottsdale, Arizona, nos Estados Unidos.
Na biblioteca, Murai encontrou o Kojiki (Registro das Coisas Ancestrais, de 712 d.C.) que o ajudou a consolidar seu estudo. Sua aluna, Mary Burmeister, levou essa arte para os Estados Unidos na década de 1950.
Nascia assim o Jin Shin Jyutsu. “Jin” (homem de conhecimento e compaixão), “Shin” (Criador) e “Jyutsu” (arte): a arte do Criador por meio do homem de conhecimento e compaixão.
“Jin Shin Jyutsu é a arte de liberação das tensões que são as causas de vários sintomas. Nossos corpos possuem diversos caminhos energéticos, que nutrem a vida em todas as nossas células. Quando um ou mais desses caminhos é bloqueado, esse efeito de barragem pode levar a desconfortos físicos e emocionais e dores. Esse bloqueio, ou estagnação, não vai perturbar apenas a área local, mas também outras regiões”, ensina Fábia.
O método permite ao indivíduo conhecer a essência de sua natureza e transformar sua realidade de forma natural. “Com a prática dessa arte podemos reconhecer a sabedoria do corpo e da vida, entender suas mensagens e utilizá-las para gerar harmonia e saúde. Despertamos nossa consciência, confiança e entusiasmo para nos entregar ao fluxo da vida”, comenta a especialista.
Quando a pessoa chega para o atendimento, o primeiro procedimento da profissional é escutar as queixas e histórias de vida da pessoa; em seguida, ela verifica a pulsação. “O pulso ajuda a definir o melhor caminho a ser utilizado naquele momento para alcançar harmonia”, explica Fábia.
Ela ressalta que nem sempre a origem do bloqueio energético se encontra na área afetada. “Trabalhamos em regiões localizadas ao longo do corpo, onde a energia se concentra. Cada mão pousa sobre uma área do corpo, seguindo diversas combinações que restauram o equilíbrio dos fluxos vitais no corpo, na mente e no espírito”.
A jornalista Ana Elizabeth Diniz escreve neste espaço às terças-feiras. E-mail: anabethdiniz@gmail.com
Vários fluxos de energia são acessados
O Jin Shin Jyutsu contempla 26 chaves de segurança de energia de cada lado do corpo. “São regiões que concentram energia. Ao tocar nessas regiões, ocorrem o desbloqueio e a liberação do fluxo normal e saudável da energia vital em todo o corpo. Eu apenas coloco as mãos suavemente sobre essas chaves de segurança para permitir que a energia se harmonize. Não há pressão, e não é uma massagem”, explica Fábia Freitas.
O método permite que o profissional faça várias ligações de acordo com a queixa do paciente. “A insônia, por exemplo, pode estar relacionada com a dificuldade de processar os acontecimentos da vida. Posso trabalhar com vários fluxos, entre eles a energia da função estômago para equilibrar a energia”, ensina a fisioterapeuta. (AED)
Método permite que pessoa fique mais centrada
Esse recurso terapêutico não é invasivo, pode ser aplicado em pessoas de todas as faixas etárias e não tem contraindicações. As sessões duram em torno de 50 minutos, com exceção de bebês e pessoas muito debilitadas, cujo tempo fica em torno de 20 minutos. “As pessoas levam para casa um roteiro de autoaplicação com exercícios para apoiar o processo de cura. Nós complementamos e apoiamos o tratamento médico”, ressalta Fábia Freitas.
O Jin Shin Jyutsu proporciona alívio de tensões e desconfortos físicos e emocionais, atua em casos agudos e crônicos, no alívio de dores, nas disfunções físicas, nas sobrecargas emocionais e na falta de clareza mental.
“A energia no nosso corpo circula em forma de camadas, que chamamos de ‘profundidades energéticas’, cada uma responsável pela criação das ‘camadas físicas do corpo’, como a pele, o subcutâneo, o sangue, os músculos e os ossos. Uma ou mais dessas profundidades podem estar em desarmonia, e favorecer seu restabelecimento pode possibilitar que a pessoa fique mais centrada e focada no presente”, ensina Fábia Freitas. (AED)
Benefícios
Alivia dores;
Melhora a qualidade do sono;
Aumenta a vitalidade;
Proporciona relaxamento;
Reduz a ansiedade;
Estimula a imunidade.